No domingo passado (12), o presidente Jair Bolsonaro disse, em longa entrevista concedida à Rádio Bandeirantes, de São Paulo, que o governo estuda aumentar os limites de deduções do Imposto de Renda. Mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou exatamente o contrário antes de viajar para os Estados Unidos com o próprio presidente.
Falha de comunicação? O fato é que o superministro disseque o governo estudará a possibilidade de acabar com o sistema de dedução de gastos com saúde e educação do IR A medida, argumentou Guedes, seria uma maneira de reduzir desigualdades, já que o benefício é voltado para a classe média.
“É um tema caro para a classe média, que gasta com saúde e educação de seus filhos. No final, você acaba tendo situações como essa, paradoxal: os mais pobres gastam R$ 100 bilhões [com o SUS] e você deixa para os mais favorecidos levarem R$ 20 bilhões [em deduções]. Claro que há algo errado aí”, disse o ministro durante audiência pública na Comissão Mista do Orçamento, no Congresso Nacional.
Nas contas do governo, o governo deixará de arrecadar R$ 20 bilhões em imposto em 2019, por causa das deduções. O plano de rever as deduções faz parte da estratégia da equipe econômica de reduzir as renúncias fiscais, que chegam a mais de R$ 300 bilhões por ano, ou 4% do PIB (Produto Interno Bruto).