O que o futuro dirá de tudo isto?

Por Claudio Henrique de Castro –

As Constituições sempre proibiram as mentiras de Estado.

Todavia, elas sempre ocorreram.

Em 30 de abril de 1981 no Rio de Janeiro 20 mil pessoas ocupavam o Rio Centro e o atentado planejado pelos setores que pretendiam a continuidade da ditadura militar brasileira. Deu errado. Duas bombas explodiram no colo de um dos seus autores dentro de um veículo Puma GTE a caminho do atentado.

Saídas de emergências haviam sido fechadas (dos 30 portões do Pavilhão Central, 28 estavam fechados) para o estrago ser maior e a morte das vítimas da correria após a explosão dos artefatos. Havia pichações novinhas nos arredores para culpar então esquerda.

A culpa seria dada aos comunistas e assemelhados e assim haveria um retrocesso na abertura lenta e gradual do regime, anunciada por Geisel e executada pelo então presidente Figueiredo.

As ditaduras sempre mentiram, fotografias, laudos e versões oficiais fraudulentas, maquiavam os índices econômicos, a biografia de autoridades e, fundamentalmente, montavam inquéritos e processos criminais.

O Inquérito Policial Militar (IPM) do Rio Centro concluiu que: “não há como inculpar os militares ocupantes do carro sinistrados”. Posteriormente, houve a declaração do sargento médico legista e que o inquérito foi uma “embromação”. Em 1991 tudo arquivado, com base na lei da auto-anistia. O episódio é apontado como a maior mentira da história oficial recente.

Adriano Magalhães da Nóbrega, exímio atirador e ex-policial, morto no povoado de Palmeiras, município de Esplanada, estado da Bahia, num cerco com oito dos 40 policiais na operação (Bop Bahiano e o grupo Caatinga). Tinha em seu poder três armas, 13 celulares e 7 chips de diferentes operadoras, o que eles podem revelar?

Condecorado oficialmente pela família Bolsonaro, no mesmo final de semana da sua morte, Eduardo Bolsonaro estava na Bahia, por coincidência. Adriano, segundo consta, era o chefão do escritório do crime do milicianato carioca.

Estava num luxuoso condomínio em Sauípe na Bahia e foi morto numa singela propriedade rural, seu cadafalso, dois tiros. No dia 09 de fevereiro confidenciou ao seu advogado que tinha “absoluta certeza” que seria morto, não preso.

Flávio Bolsonaro (hoje Senador) empregou, em seu gabinete parlamentar, a mãe e a mulher de Adriano, elas receberam juntas R$1.029.000,00(um milhão e vinte e nove mil reais) de salários. Gravações da operação intocáveis dão conta que Adriano também recebia no esquema da “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Condecorado com a medalha Tiradentes pelo deputado estadual Flávio, quando estava preso, acusado de homicídio e dois anos antes recebera duas menções de louvor pelo parlamentar (Bob Fernandes).

Adriano e Queiroz, aquele que ninguém sabe o paradeiro, foram acusados de homicídio de um técnico de refrigeração, passados 16 anos não houve ainda conclusão do inquérito.

Ronnie Lessa, acusado do assassinato de Marielle, era sócio de Adriano no escritório do crime. Ronnie depositou 200 mil reais em sua conta corrente, sem origem conhecida. Cerca de 117 fuzis modelo M16 (capacidade de 30 a 40 tiros e alcance de 2 km) foram apreendidos na casa de um sócio dele, Ronnie segundo investigações era o maior varejista de armas do Brasil, ele nega.

Em 2005, o atual presidente defendeu Adriano no Congresso nacional, quatro dias após sua condenação em 19 anos de prisão pelo assassinato de um guardador de carros, depois absolvido.

O Ministério da Justiça omitiu seu nome na publicação dos 30 procurados mais perigosos e não entrou na operação policial conjunta, nem emprestou helicóptero.

O que o futuro dirá de tudo isto?

4 COMENTÁRIOS

  1. Só não entendo a razão de, conforme se insinua, os Bolsonaros assassinarem uma vereadora do Rio. Qual o interesse? Para que? Uma estridente (como muitos outros políticos da esquerda) vereadora do PSOL. Aliás, tenho para mim que o PSOL é o braço político de uma turma da pesada aí..Desses que atuam “dentro e fora dos presídios”. É só notar o quanto eles acusam os outros, seguindo o mandamento de “acuse-os do que você é”, brigam pela liberação de todas as drogas etc… Mas, as costas do Bolsonaro são largas… Ele é culpado de tudo. Fogo na Amazônia? Culpa do Bolsonaro. Óleo no mar? Culpa do Bolsonaro. Fogo na Australia? Culpa de coisas que o Bolsonaro acredita… Já deu né? Ninguém fala das ligações do Adelio com o PSOL, da estranha renúncia do Jean Cuspe-Willians… Cuidado com o PSOL gente… Até aqui nos vemos o estrago que essa gente pode fazer (o presidente do coxa é do PSOL)..

  2. Caro professor Cláudio.
    Sim, estamos anestesiados. Os charlatões estão contestando a lei da gravidade, e os cientistas incrédulos tentam mostrar as fórmulas, mas os jornais, a internet, e os demais meios aceitaram a tese dos alquimistas. As fórmulas não interessam.

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