O que há de novo no Palácio Iguaçu

Durante a campanha eleitoral de 2018, o governador Ratinho Jr. conquistou os eleitores ao se apresentar como o “novo” e, se eleito, não repetiria os vícios da “velha política”. Prometia mudar o modelo político do toma lá dá cá um modelo de relacionamento que, na opinião que difundia, não é sadio.

Ratinho explicava: “O novo não é de idade. É de metodologia, de projeto. O Paraná é governado há 40 anos por duas ou três famílias. Eu não venho de nenhuma dessas castas, e eu não as condeno. Colaboraram, ajudaram o Paraná. Mas o fato de eu não ter vindo dessas oligarquias me fez construir um novo time. Eu não fui apadrinhado: tive que construir um time para poder ser uma opção ao Paraná. E isso é novo.”

Passados 47 dias do início do seu mandato, ainda não muito perceptível a novidade que ele disse que traria – pelo menos não em relação às diferenças entre a “nova” e a “velha política” no tocante aos métodos de fazer uma e outra. As nomeações são sintomáticas:

Guto Silva (Casa Civil) e Marcio Nunes (Desenvolvimento Sustentável e Turismo) licenciaram-se de seus mandatos na Assembleia Legislativa para abrir espaço para o segundo suplente, Hussein Bakri, que passou a responder pela liderança do governo.

Na eventualidade de Guto Silva ser forçado a deixar a Casa Civil sob a suspeita de que também recebeu recursos escusos de uma pedageira, Bakri corre o risco de voltar à suplência. Ou então Ratinho terá de convocar um outro deputado para lhe garantir o posto de líder.

Ney Leprevost (Justiça, Família e Trabalho) e Sandro Alex (Infraestrutura) abriu espaço na Câmara Federal para o aliado de primeira hora Evandro Roman e ao suplente Reinhold Stephanes Filho que, como diz o nome, é filho de Reinhold Stephanes, secretário da Administração e Previdência.

Ex-deputados ou candidatos derrotados nas últimas eleições também encontraram abrigo no governo:

  • Alexandre Guimarães – Assessor Especial
  • Rasca Rodrigues – Diretor-geral do Desenvolvimento Sustentável e Turismo
  • Claudio Palozi – Superintendente da ParanaEducação
  • Luiz Accorsi – Casa Civil
  • Miltinho Pupio – Casa Civil
  • Phelipe Mansur – Casa Civil
  • Natalie Unterstell – Casa Civil

Contam-se também indicações políticas por parentesco/afinidade:

  • Claudio Stabile (presidente da Sanepar) – coordenador financeiro da campanha de Ratinho
  • Daniel Pimentel (presidente da Copel) – irmão do vice-prefeito de Curitiba
  • Rubens Bueno II – Chefe do Escritório do Paraná em Brasília
  • Coronel Cesar Kogut – diretor do Detran (comandante da Polícia Militar quando do confronto no Centro Cívico em 29 de abril de 2015
  • Luiz Carlos Borges da Silveira – BRDE
  • Clecy Maria Amadori Cavet – Diretora da Celepar (tia de Guto Silva)
  • Elaine Arruda Nunes Gonçalves (Irmã de Ricardo Arruda) – Diretora Imprensa Oficial
  • David Pancotti – Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos
  • Rodrigo Pina de Almeida (presidente do PHS) – Casa Civil
  • Edgar Silvestre (ex-prefeito de Marialva) – Casa Civil
  • Mikhaella Iatauro (neta de conselheiro aposentado) – SEDU
  • Alessandra Nunes Arruda Morano (sobrinha do Ricardo Arruda)
  • Maria Helena Marçal (Governadoria) – sócia da empresa Massa & Massa Comunicação e Marcas, com sede em São Paulo

Há exceções: do secretariado fazem parte dois nomes não familiares aos paranaenses e, por isso, são os “novos” no governo. Para a Educação, veio de Minas Gerais o empresário Renato Feder, dono da gigante de informática Multilaser. Para a Fazenda, Renê Garcia, carioca remanescente do primeiro escalão da petista Benedita Silva, que governou o Rio de Janeiro em 2002. Também veio de fora o presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Fernando Garcia da Silva.

Para outras secretarias foram nomeados antigos membros do grupo do ex-governador Beto Richa, como Norberto Ortigara (Agricultura), João Carlos Ortega (Desenvolvimento Urbano).

11 COMENTÁRIOS

  1. Alessandra Nunes Arruda Morano – continua mamando vorazmente nas tetas do governo, agora esta “pendurada” na “extinta” Secretaria de Esportes, e por acaso ganhou até um aumento salarial. Só conferir no portal da transparência do estado.
    Elaine Arruda Nunes – Também continua mamando no DIOE, Departamento de Imprensa Oficial do Estado.

    Alessandra é SOBRINHA do Deputado “Missionário Arruda”
    Elaine Arruda Nunes – IRMÃ do Deputado “Missionário Arruda”

  2. Ortigara não é de todo ruim, tem políticas publicas consistentes na sec de agricultura.
    Ele precisa acreditar mais em alguns órgãos
    E o Palozzi é muito bom, mas por nao ser um político desses que dá tapinha nas costas e por nao comprar votos com adesivos em carros x consulta, x combustivel, x cesta básica, x um ajudinha pra tia, x um apoio para o guaraná… nao foi eleito, mas já vi ele falar e trabalhar. é um cara muito bom … só estranho estar fora do dominio, pq a coisa dele é o interior e a agricultura, pecuaria e floresta, colocar ele na educação dá a impressão de arranjo e fica esquisito, melhor colocar Palozzi com Orgiara.
    Melhor continuarem os bons projetos de conservação de solo, da agua, da agricultura familiar, orgânicos, educação e financiamento no campo, etc etc… zoneamento economico ecologico do Estado, desenvolvimento de aptidões e de mercado, arranjos produiivos, projeto microbacias, mapeamento pedologico do estado, etc. Não deu tempo para fazer tudo no outro governo pq são atividades de longo prazo, mas embora nao se de com todo mundo, ortigara sabe do assunto. espero que ele melhore a questao de relacionamento pessoal e na questão profissional se aprofunde e invista cada vez mais,falta investir em segurança do trabalho rural, em direitos trabalhistas rurais, em marketing rural paranaense, em conservação de recursos naturais para prosperidade da agricultura e aumento de controle do uso de substâncias nocivas à saude. Somos um Estado com potencial bom para o desenvolvimento rural

  3. Ainda é muito cedo para avaliar o novo governo. Somente depois do primeiro ano de governo será possível snslizar com precisão.
    Agora é momento de formar as alianças politica, afinal o gestor público precisa aprovar seus projetos para viabilizar as mudanças necessárias.
    Acredito que Ratinho Júnior escolheu uma boa equipe.

  4. Tá com o rabo preso com todo esse pessoal, em especial, com a turma do Beto R – o povo votou no candidato apoiado pelo apresentador Ratinho e se ferrou, assim como muitos apoiadores do Ratinho que ficaram chupando o dedo….

  5. Fala sério ContraPonto. Parece que o destino manifesto do Paraná e de seus habitantes seja mesmo ser sempre presa fácil dos discursos demagógicos. Se for “anti” comunista então , mesmo sendo bandido tá eleito.

    Agora começo a entender a dificuldade do PT vencer aqui. Não é nada fácil rebaixar os discursos para ser compreendido pelo povo. E isso a elite do PR sabe fazer como poucas.

    Mas de novo, a César o que é de César. O maior mérito eleitoral do agora promovida a ratão , foi dar um 3 cantos no senador submarino e impedir com isso de o Osmar de sair candidato.

    Some-se a incapacidade do PT, liderado pela Gleisi que não consegue articular algo que não fosse seu interesse pessoal. e o resultado é esse assim como em Brasilia: governo de espuma, onde se voce se desconectar da Interne o Governo desaparece.

    Insisto na tese de acompanhar de perto as contas e o destino do dinheiro.

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