O Paraná ficou 10 anos sem Constituição. E não fez falta

Em 1971, o governador do Paraná Haroldo Leon Peres, nomeado pela ditadura, propôs à Assembleia Legislativa uma nova Constituição Estadual. Seu texto era autoritário – mais ainda do que a Constituição Federal de 1967 imposta pelo regime militar. Eram 35 os deputados governistas, filiados à Arena, e apenas 9 os do oposicionista MDB.

Entre os nove emedebistas estava o deputado Maurício Fruet, que apresentou nada menos de 700 emendas. O regimento lhe dava direito a defender por uma hora cada uma das emendas, o que fez com que os debates se estendem-se por quatro meses, com sessões que chegavam a durar quase 24 horas.

Ao final, quando aprovada, a bancada do MDB ingressou no Tribunal de Justiça com um mandado de segurança, que obteve liminar suspendendo a Constituição. Como o julgamento do mérito durou 10 anos, o Paraná ficou durante todo este tempo sem Constituição.

E o que aconteceu? Nada!

Quem contou esta história pouco lembrada foi o próprio Maurício em 1997, então deputado federal, ao jornalista José Wille, no programa Memória Paranaense que apresentava na TV Bandeirantes.

(o vídeo integral da entrevista está guardado no acervo do site Portal Memória Brasileira)

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