É possível que nos quatro dias em que esteve recolhido às dependências do Regimento Coronel Dulcídio o ex-governador Beto Richa não tenha tido acesso ao noticiário e à repercussão negativa da prisão e sa revelação de que teria participado de vergonhosos atos de corrupção em seu governo. Por isso, também não conseguiu aquilatar o tamanho do desgaste político que sofreu, com todos os condimentos para jogar no abismo as chances de continuar se apresentando ao eleitorado como candidato a senador pelo PSDB.
No entanto, sua primeira declaração após deixar a prisão, na madrugada deste sábado, foi para reafirmar que continua candidato, que vai apenas descansar um pouco, ficar por um tempo no aconchego da família para, em seguida, retomar a campanha.
Não se duvide desta disposição. Ele sempre se comportou com aparente altivez e suposta coragem em todas as vezes em que sua figura era atingida por petardos que o colocavam no centro de episódios que – como nunca antes na história desse estado – deveriam ser causa de vergonha. A cada denúncia, lá vinha Beto Richa dizendo com inacreditável firmeza que era falsa, que era fruto da mente criminosa dos denunciantes interessados em livrar a própria cara. E que ele, por sua vez, era sempre um intransigente defensor da moralidade, rigoroso gestor que punha na cadeia os malfeitores.
Foi assim no caso, por exemplo, da Operação Quadro Negro. Beto chegou muito atrasado aos fatos, mas tentou assumir a paternidade de medidas policiais que levaram alguns de seus mais diletos e antigos amigos a responder sozinhos pelos malfeitos. Tornou-se vítima solitária e abandonada desse comportamento o antigo colega de classe Maurício Fanini – amigo da família, companheiro de viagens, assessor desde os tempos da prefeitura de Curitiba no início dos anos 2000.
Comportou-se da mesma forma quando surgiu a denúncia de propinagem da Odebrecht na abortada licitação da PR-323. Jogou aos leões outro velho amigo e assessor, o ex-diretor do DER Nelson Leal Jr., que – sentindo-se abandonado – respondeu com a devastadora delação premiada que trouxe à luz fatos escabrosos do governo. O velho amigo tornou-se também um criminoso comum que inventava fatos apenas com o interesse de se livrar da própria prisão.
Quando Luiz Abi Antoun, seu parente, foi pego na boca da botija em fraudes de licitação para manutenção mecânica da frota oficial de veículos, o homem que entrava no gabinete sem pedir licença e que transitava nas sombras todo o governo, passou a ser apenas um “primo distante”. Mesmo destino teve seu companheiro de corridas automobilísticas Márcio Albuquerque, condenado a quase meio século de prisão por chefiar um sistema de achaques na Receita Estadual, pivô da Operação Publicano.
Nada disso “colou” o suficiente em Beto Richa. Revestido por uma camada de teflon, ainda se apresentava como um dos candidatos favoritos ao Senado, com eleição tida como antecipadamente garantida.
A situação agora, porém, é outra. A humilhante prisão, a sessão de interrogatório para “tocar piano” e as fotos que o mostraram escondido dentro do carro à saída do Gaeco colocaram-no em condições muito difíceis para sair por aí pedindo votos – mesmo porque já lhe será difícil reencontrar velhos aliados ainda dispostos a acompanhá-lo ou a convidá-lo para eventos.
Encontrará dificuldades até para fazer voltar a propaganda eleitoral no mesmo espaço destinado à sua companheira de chapa, a governadora Cida Borghetti (PP), candidata à reeleição, compreensivelmente, mais do que nunca, interessada em desvincular sua imagem da dele. Jornais e santinhos de campanha onde antes apareciam fotos e pedidos de voto estão sendo recolhidos e reimpressos pelos candidatos a deputado que antes achavam que fazer “dobradinha” com Beto dava prestígio.
Tudo isso mudou. Só não mudou – como se viu pelas suas primeiras declarações – a ousadia que sempre marcou a carreira política de Beto Richa, para quem agora basta enxaguar o rosto para começar tudo de novo.
A hora é de Nelton
Ah!! Esse Bamerindus!!!
Vote ARNS, vamos derrubar nas urnas esse ladrão pilantra mentiroso
Kkkkkk é do mesmo time……ajudou a levar das escolas
É o rei do tico-tico.
O cara é mesmo um cara de pau, deve achar que todos os Paranaenses são trouxas e vão apoiá-lo para mais um cargo público. Perdeu playboy, a casa caiu. Quem votar em vc é porque não tem vergonha na cara.
como gilmar Mendes chegou ao STF?
teria sido indicação FHC….tudo estaria explicado unindo os pontos chegamos ao óbvio
Piloto: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais honesto que eu?”
Espelho: “Sim, Piloto, existe. Está preso numa cadeia federal!”
Segundo um outro blog, deputados estariam questionando o Comando da PM sobre supostas reuniões de trabalho que na verdade seriam comícios de apoio à Cida. É verdade?
Fico pensando se ainda haverá idiotas a fazer campanha e votar no Beto! Que está na chapa da CIDA!
E um cara de pai, haja tico-tico