O novo de novo

O governador Paulo Pimentel chegou ao Palácio Iguaçu, em 1965, quando tinha 37 anos. Concorreu contra um gigante da política paranaense, Bento Munhoz da Rocha Neto.

Três anos antes, Pimentel era conhecido apenas dos amigos que deixara em Avaré (SP), sua cidade natal, em São Paulo, onde se formara em Direito, e em Porecatu, no interior do Paraná, onde administrava uma fazenda do sogro João Lunardelli. Trazido por Ney Braga para ser seu secretário da Agricultura, Pimentel fez fama no estado inteiro e se credenciou como candidato ao governo, mesmo contra a vontade de seu padrinho político.

Não é novidade, portanto, que jovens da mesma idade tentem agora sair do interior para cavoucar espaços que os levem para o mesmo endereço conquistado por Pimentel há meio século. É o caso de Cesar Silvestri Filho, prefeito em segundo mandato de Guarapuava, ex-deputado estadual, que no ano que vem terá a mesma idade do ex-governador.

Indicado pelo PPS, Silvestri percorre o estado em pré-campanha para tornar seu nome conhecido e considera ter chances. Argumenta: “Seguramente, nos últimos 50 anos pelo menos, nós não tivemos um ambiente da política tão desgastado e tão propício para o surgimento do novo. Não há, em nenhum momento anterior, um momento tão fértil para o surgimento de candidaturas diferentes ou até improváveis como a minha.”

Dada a crise fiscal do estado, leva uma proposta na cabeça: atrair a iniciativa privada para investir em grandes obras de infra-estrutura, principalmente no sistema ferroviário.