(por Ruth Bolognese) – Aos 76 anos o senador Roberto Requião contraria a famosa frase do político e pensador francês, Georges Clemenceau : “Um homem que não seja socialista aos 20 anos, não tem coração. Um homem que ainda seja socialista aos 40, não tem cabeça”.
Roberto nasceu na melhor classe média curitibana e nunca entrou num busão pra ir trabalhar. Mas sempre se posicionou à esquerda, sem contudo aderir à companheirada de corpo e alma. Foi muito mais revolucionário no discurso do que na ação, como prefeito e tri-governador.
Eis que agora, de cabelos em neve e bem longe do tempo que ainda dava um bom caldo, saiu do armário sem medo de ser feliz: o discurso radicalizou de vez, a defesa do Estado como indutor de tudo virou tema diário e anda com Lula e o PT pra baixo e pra cima.
No PMDB está cada vez mais out, e já aparece como opção como vice de Lula em 2018, isso se a caminhada do petista não for interrompida por um tempo num presídio de Pinhais.
Roberto Requião era, na verdade, o nosso verdadeiro Homem de Moscou e não sabíamos. No Estado do agronegócio e das Hilux-ostentação, é corajoso esse novo papel. Mesmo contrário à própria origem de classe, até solitário, enfrenta o mono-pensamento vigente de explorar a maioria mais pobre até o osso. E sempre sob o manto do desenvolvimento e a melhoria das condições de vida para todos. Uma balela.
God save Requião!