O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atribuiu ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ‘a função de liderança mais proeminente na organização criminosa’ delatada pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB). O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, abriu inquérito para investigar Blairo.
Num dos anexos do acordo de delação premiada que assinou com a Procuradoria-Geral da República, Sinval revela como funcionou um ‘mensalinho’ na Assembleia Legislativa do Estado durante o governo Blairo Maggi, atual ministro da Agricultura.
Ele afirma que o ‘mensalinho’ foi inaugurado em 2003, quando trabalhava na Mesa Diretora da Assembleia. “Esse ‘mensalinho’ era uma vantagem indevida que era paga para cada deputado estadual do estado de Mato Grosso, tendo começado no ano de 2003 em torno de R$ 30 mil por deputado”, relatou Sinval, que ficou preso por mais de dois anos na Casa de Custódia de Cuiabá, alvo da Operação Ararath – investigação sobre desvio de recursos públicos.
O ex-governador também acusou o ministro Blairo Maggi de pagar R$ 4 milhões para que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Alencar Soares ficasse mais tempo no cargo. Segundo o colaborador, Alencar Soares teria posteriormente negociado sua cadeira na Corte por um valor até três vezes mais alto, de R$ 12 milhões, para outro conselheiro, Sérgio Ricardo.