Por Cláudio Henrique de Castro – O mundo passa pelo conflito bélico entre a Ucrânia e a Rússia.
A tragédia está anunciada.
Semanas depois de iniciada a guerra, a Finlândia e a Suécia resolveram aderir àOtane implantar ogivas nucleares em seus países. O urso branco (Rússia) não aceitará isso.
O que vem por aí?
A União Europeia – UE resolveu convidar a Ucrânia para integrá-la, e isso arrastaráà guerra para um patamar global,em breve, teremos 28 países no conflito.
Isso é como briga de bar, começa pequena, mas ninguém sabe como termina.
O que é certo: em 2023 a UE não terá cereais, nem da Rússia e nem da Ucrânia.
O corte nas exportações russas cobrará seus efeitos devastadores na combalida economia europeia,pós pandemia.
Nesse passo, entra o Brasil como grande fornecedor de grãos para a UE.
Enquanto isso em nosso país, há algo muito mais grave que a guerra europeia:a volta do flagelo da fome, com 33 milhões de pessoas na bacia das almas.
E o direito internacional?
Precisamos inaugurar campanhas pelo mundo afora para mandar alimentos para o povo brasileiro. Mas como justificar isso no país que é recordista de exportação de grãos e que possui o maior rebanho bovino do mundo?
Podemos usar aquelas cenas daspropagandas dos valorosos médicos sem fronteiras que pedem donativos para a África, outro continente rico, mas assolado por uma secular elite do atraso.
Está inscrito na Constituição brasileira: o direito à vida, mas esse é o último dos temas na fila das discussões das academias jurídicas brasileiras.
É objetivo fundamental da república brasileira erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
E daí?
Nesse passo vale a bacia de Pilatos da indiferença, de uma sociedade em dissolução moral, ética e jurídica.
Governantes sem alma, juristas sem compaixão, e uma sociedade indiferente aos menos favorecidos, que se tornaram um país dentro do Brasil.
Renda mínima?Erradicação da pobreza?Solidariedade governamental em favor de milhões de pessoas? Silêncio…
Enquanto o “agro é pop” e fatura bilhões com a devastação ambiental e as maiores exportações que já se viram na economia brasileira.
No livro os Irmãos Karamazov, há um personagem que diz amar a humanidade, mas detestar as pessoas, individualmente.