O efeito dominó da delação de Fanini vai continuar

Desde que o ex-diretor da Educação Maurício Fanini aderiu à delação premiada e começou a falar tudo o que sabia ao Ministério Público Estadual durante as investigações da Operação Quadro Negro, a política paranaense mudou de rumo. A primeira vítima foi o ex-governador Beto Richa, cuja estrela foi se apagando a partir de então. Mas o efeito dominó prosseguiu, e as peças continuam caindo sem parar.

Nesta terça-feira (1.º), o MP noticiou que mais uma empresa – a Village Construções Ltda. – decidiu firmar acordo de leniência com o MP pelo qual reconheceu serem verdadeiras as afirmações de Fanini: de fato pagou propina a agentes do governo estadual e, em razão disso, preferiu devolver ao Erário R$ 1,8 milhões a título de reparação e multa por crime de improbidade. Em contrapartida, limpou sua ficha e poderá continuar participando de licitações e firmando novos contratos.

A Village foi a quarta dentre as 40 construtoras citadas por Fanini em sua caudalosa delação a ter conseguido homologação de acordo de leniência com o Ministério Público. As três primeiras foram a Atro Construção Civil, a TS Construção Civil e a MI Construtora. Na soma, as quatro devolveram pouco mais de R$ 3,5 milhões.

O reconhecimento da veracidade das informações prestadas por Fanini por quatro dos envolvidos na Quadro Negro faz supor que ele disse a verdade também em relação a todas as outras citações que fez ao longo das dezenas de depoimentos que prestou. E isto inclui as muitas referências ao colega de faculdade, ex-parceiro de tênis e ex-chefe Beto Richa. E que o desvio de recursos é muito maior do que os R$ 20 milhões inicialmente apurados pelo MP.

Mas o mais preocupante para a defesa do ex-governador, que figura como réu nas ações penais da Quadro Negro que tramitam na 9.ª Vara Criminal de Curitiba, é o acordo de leniência da Village Construções. É que a construtora é citada por Fanini como objeto de particular interesse de Fabio Dallazem, assessor especial com grande proximidade com Beto Richa e que dizia atuar em nome dele.

Dallazem teria atuado para a liberação de aditivos que beneficiavam a Village em troca de R$ 250 mil para o caixa do grupo político de Richa. Transações foram feitas por meio também da construtora Aghora, coma qual a Village mantinha acordo e que, segundo Fanini, teria na direção pessoa da família de Dallazem.

Fanini amargou dois anos na prisão, recolhido na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Desde julho passado cumpre pena em regime domiciliar, com tornozeleira.

Veja o anexo da delação (homologada pelo Tribunal de Justiça) em que o ex-diretor da Educação e principal executor do esquema da Quadro Negro cita a Village:

5 COMENTÁRIOS

  1. Mas a Village só vai devolver 1.8 e as obras que ganhou com ajuda do sócio é melhor amigo Eduardo Sciarra será que o Dono da Village vai contar tudo?????
    Se não falar vai ter a delação cancelada quem avisa amigo é. O

  2. Richa vai ser o único corrupto que vai sair mais pobre do que entrou. Caiu nas garras da justiça e como sua mulher ainda é rica todas as medidas de ressarcimento recairão sobre quem tem com o que pagar.
    Guri de prédio foi se meter com os bagres ensaboados da corrupção!

  3. – Então é isso….. O FANINI vira herói após tudo que aprontou!
    – Que coisa mais insana!!!!!
    – Fábio Dalazem andava de Land Rover e seus filhos de carrão de bacana.
    – viviam vida de magnata desde a época da prefeitura.
    – Não tem nada de caixa pro grupo do Beto Richa.
    Se houve pagamento, deve ter sido tudo usado pessoalmente para manter o padrão de vida alucinado.
    – Chamem o Eron Cunha da EMPO pra conversar sobre a construção da casa do Fábio Dalazem no Cotolengo, na época em que o Fábio era secretário de obras da prefeitura. Marmore nero marchina e muitos outros luxos.
    – Essa estória de que o Dalazem pegou 250 pila pro grupo do Beto é fantasia do Fanini. Se houve pagamento – hipoteticamente falando – ele deve ter sido usado pra bancar Land Rover e despesas da mansão do Dalazem.
    – Quanto à menção dos Mazalli, é uma forma do Fanini (criminoso de alta periculosidade) tentar ferrar o Dalazem porque os dois competiam pelo amor do Beto. Ciúmes de homem!!!!!! Duvido que seja verdadeiro o relato sobre os Mazalli. Inclusive podem dar ensejo ao pedido de anulação da delação desse criminoso.
    – Ainda sobre o Dalazem, vale a pena pesquisar sobre a sociedade da EMPO com a DATAPROM na operação do lixo de Assunção, no Paraguai. Quem sabe não aparece um Dalazem no meio disso??
    – O MP poderia dar uma pesquisadinha na EMPO, na DATAPROM e em outras empresas que atuavam fortemente na prefeitura quando o Beto era prefeito.
    —— Os eventuais grandes esquemas do Governo do Beto provavelmente ocorreram mas pastas onde estavam as pessoas que atuaram previamente na prefeitura e migraram para o governo do estado. Fica a dica!!!!!!!!!!

  4. Vai devolver 1,8 milhoes de reais, voltar a participar de licitações. Voltar a prestar serviços ao governo.
    O crime compensa.

    Uma empresa quando nasce tem missão e princípios, valores éticos….a quebra destes preceitos gera desconfiança total.
    A questão economica se sobrepôs assumindo o risco da violaçao das normas.
    Alguém desta empresa foi preso? Afinal por trás de tudo isto estao pessoas .
    Este é o Brasil dos pedágios, empreiteiras e acordos impublicáveis

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