Todas as pesquisas públicas de opinião e também as internas, utilizadas para orientação das próprias campanhas, indicam que o candidato ao governo Ratinho Jr. (PSD) encontra barreiras de aceitação nas camadas mais instruídas e de maior renda do eleitorado. Vai muito bem nas de menor escolaridade e renda – mas há seus assessores políticos recomendam providências para equilibrar a preferência entre todos os segmentos.
Enquanto isso, o candidato ao Senado Oriovisto Guimarães (Podemos), noviço na política, rico empresário, é muito bem visto pelas classes que dominam o topo da pirâmide social, mas é desconhecido nas periferias. Para ter sucesso na eleição de outubro, precisa disseminar seu nome com urgência na base da pirâmide, onde se situa, aliás, a maior parte do eleitorado.
Pronto: o casamento das duas candidaturas, de Ratinho Jr. com o professor Oriovisto Guimarães, parece mais que perfeito. Juntam-se a panela com a tampa; o pires com a xícara.
Ambos perceberam esta realidade. E como formam a mesma chapa majoritária na coligação que o PSD formalizou com o Podemos, os “noivos” decidiram unir as duas campanhas. Assim, um ajuda o outro a cobrir as respectivas deficiências.
Se a convivência entre ambos produzir os frutos que esperam, Ratinho Jr. terá facilitada a conquista do Palácio Iguaçu ao superar a barreira que lhe impõem os mais ricos e instruídos, e Oriovisto, por seu lado, passa a ter condições de “popularizar” sua até agora elitizada campanha senatorial.
Como o eleitor poderá votar em dois candidatos, Oriovisto poderá ser o “segundo voto” de qualquer um em todos os segmentos do eleitorado. O eleitor pode optar como seu primeiro voto, por exemplo, por Roberto Requião, Beto Richa, Flávio Arns ou outros, mas o segundo voto tem potencial para recair em Oriovisto. E neste caso os analistas entendem que o maior prejudicado será Beto Richa.