O governo Temer não pode mesmo alegar que tenha sido surpreendido pelo movimento das empresas e dos caminhoneiros autônomos para paralisar o transporte de cargas no país. Desde o dia 11, circulava nas redes sociais e nos aplicativos de mensagem usados pelo setor um vídeo que “profetizava” o caos profundo em que o país entraria após o quinto dia de paralisação. Hoje, segunda (28) completam-se oito dias da greve e não há quem não tenha sentido na pele os resultados.
O vídeo não chegava a conclamar para a greve, mas fazia um “calendário” dos efeitos a partir do primeiro dia. Todas as previsões se confirmaram – além de outras que não foram relacionadas.
O vídeo foi produzido pela Federação das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo, entidade que está sendo notificada judicialmente por organizar e participar do locaute – greve de empresários, crime previsto em lei.
Este movimento de caminhoneiros teve início no final da década de 20 quando Washington Luiz presidia o Brasil sob o lema GOVERNAR É ABRIR ESTRADAS. Grande líder, grande governo, mas rodoviarista.
Depois veio Juscelino Kubistchek – 1956-1961, o do 50 ANOS EM 5, negócio assim, com o fortalecimento da indústria automobilística. A gente lembra da Fábrica Nacional de Motores – a FNM, embrionada pela Alfa Romeo italiana.
Até 60 por ai, a gente viajava de trem de São Paulo a Maringá – a estação final ficava em Cianorte, pela Rede Viação Paraná-Santa Catarina, a RVPSC, que a gente dizia: Restaurante Vagabundo Pastel Sem Carne. Era gostoso, seguro e sobretudo, barato.