O deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PSD) destacou nesta terça-feira (27) a decisão da Petrobras de religar a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen/PR) em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. “A Petrobras vai apresentar até 15 de abril um plano de retirada da Fafen-PR da hibernação e admissão dos trabalhadores da planta paranaense”. A nova fábrica, disse o deputado, pode gerar cinco mil empregos diretos e indiretos.
A produção de fertilizantes, segundo Romanelli, é fundamental para a agropecuária, um dos principais setores da economia paranaense e vetor do crescimento do estado acima da média nacional. “A planta da Fafen em Araucária vai fazer frente à redução de fertilizantes no mercado internacional, o que vai tranquilizar os produtores do Paraná e do Brasil”.
Rebatizada de Araucária Nitrogenados (Ansa), a subsidiária da Petrobras operava desde 1982, foi desativada em março de 2020 e colocada à venda por decisão do governo federal. O processo foi suspenso no final de 2022. “O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo e precisa de uma política de suporte à produção do setor agropecuário”, afirma Romanelli.
Produção
Aproximadamente 85% dos fertilizantes usados no Brasil são do mercado internacional, principalmente da Rússia, além de importar quase 75% dos fertilizantes nitrogenados para atender a demanda interna, 90% de potássio e 24% de fosfato, assim como 98% de nitrato de amônio, os dois últimos do mercado russo, um dos maiores fornecedores do insumo.
De acordo com os representantes dos trabalhadores da Fafen, a planta terá capacidade para produzir 30% da ureia e amônia usadas no País, além de 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo do diesel para reduzir emissões de gases poluentes por veículos de grande porte.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), com a reabertura da Fafen-PR, a conclusão das obras da Fafen-MS e a retomada das fábricas da Bahia e de Sergipe, o país vai reduzir a dependência da importação de fertilizantes nitrogenados para algo em torno de 10% a 15%.
No Paraná, o Sindipetro (sindicato dos petroleiros) defende a recontratação dos mais de mil trabalhadores demitidos pela desativação da Fafen-PR em 2020.