O programa partidário que o PSDB pôs em rede nacional de tevê na noite desta quinta (17) deixou insatisfeitos até mesmo alguns tucanos – como o ministro das Cidades, Bruno Araújo. No programa de dez minutos, o PSDB critica o que chama de “presidencialismo de cooptação” numa crítica indireta a Michel Temer, que atrai aliados e votos dando-lhes cargos e vantagens.
Caso do PSDB, que aceita cargos e vantagens para permanecer, ainda que com aparência constrangida, no governo. Tem quatro ministérios no gabinete de Temer.
O ministro das Cidades chegou a divulgar uma nota. Num trecho diz assim: “A mudança na Executiva do PSDB ocorrida em maio deste ano tinha como objetivo levar o partido a uma transição consensual até a realização de novas convenções. O programa partidário exibido hoje não se enquadra nesse espírito. Tampouco o programa é justo com a história do partido”. Em outro trecho, lembra “os parlamentares do PSDB têm votado em ideias em que acreditam. Por outro lado, o partido tem ajudado a tirar o Brasil da crise criando novos programas sociais ou recuperando ações que estavam paralisadas” e, por fim, pede que o presidente interino, senador Tasso Jeresissati, “se conduza dentro dos limites das decisões tomadas na legítima instância do partido, a Executiva Nacional”
Sobre a mudança na Executiva, uma observação: saiu enlameado o presidente da sigla, senador Aécio Neves, e em seu lugar assumiu o senador Tasso Jereissati, que tem feito críticas diretas ao governo Temer e defendido o desembarque do partido.
Moral da história: entre os contra e os a favor, a posição mais cômoda é ainda o velho muro.