“Não há protocolo seguro para retorno das aulas”. A afirmação é do pesquisador Lucas Ferrante, do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – ligado à FIOCRUZ). Ele diz que ainda não é o momento dessa retomada e que, caso o governo insista nisso, as consequências serão o aumento do número de casos e de mortes em um curto espaço de tempo. O INPA previu, por meio de cálculos estatísticos com dados da pandemia, o caos em Manaus e também orientou a Prefeitura de Curitiba no auge do colapso em março.
A APP-Sindicato solicitou ao INPA uma matriz de dados sobre a pandemia em 10 regiões do Paraná e apresentará o resultado desta pesquisa nesta quarta (5), às 10 horas, durante coletiva de imprensa com a participação de Lucas Ferrante.
O sindicato informa que continua a defender a vida de profissionais, estudantes e comunidade em geral. “Queremos o retorno das atividades presenciais e o retorno à normalidade, mas tem que acontecer com vacina para todos e segurança sanitária. No momento, não há estas condições”, diz a APP-Sindicato.
A APP-Sindicato, que representa professores e funcionários das escolas estaduais e também municipais de mais de 200 cidades, não é favorável ao retorno presencial das aulas neste momento.
– Não há condições estruturais nas escolas para qualquer retorno;
– Faltam profissionais para o devido acompanhamento dos estudantes – o governo demitiu, na última sexta (30), cerca de 8 mil funcionários;
– Os dados mostram que a pandemia não acabou, pelo contrário, os casos estão estabilizados em um patamar ainda muito alto;
– A circulação de cerca de um milhão de estudantes (somente da rede estadual) e 120 mil profissionais provocará ainda mais contaminação. Boa parte destes alunos convive com pessoas do grupo de risco;
– O governador anunciou que só retomaria as aulas com a vacinação de profissionais da educação. (Da APP-Sindicato).