“Não dá para viver de cadáveres”

A ministra Damares Alves se meteu em mais uma polêmica. Nesta quarta-feira (22), na Câmara dos Deputados, ela questionou o trabalho de identificação de corpos de desaparecidos políticos com ossadas da vala comum do cemitério de Perus, na zona Oeste de São Paulo. Além dos custos para manter a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Damares levantou duas suspeitas: a de que foram enviadas ossadas de cachorro para análise e de que a vala de Perus pode ter sido usada para enterrar vítimas de meningite.

De acordo com a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, há um teoria segundo a qual “houve uma época em que havia muita morte por meningite. Havia muito medo e as pessoas enterravam em um único lugar. As ossadas de Perus estão lá, é um desafio (…) Tenho informações que não posso comprovar, de que já foi enviado pedaço de osso de cachorro para analisar”.

Damares Alves foi taxativa: “Desculpa, senhores,  não dá para viver hoje de cadáveres. Queremos otimizar essa Comissão de Mortos e Desaparecidos para que ela busque desaparecidos no Brasil, mas desaparecidos hoje”. Ela prometeu  que mudará o foco do colegiado, já inoperante pelo decreto presidencial que acabou com conselhos e comissões, como o Grupo de Trabalho Perus, vinculado à comissão.

O presidente Jair Bolsonaro, enquanto parlamentar, criticava as buscas por desaparecidos políticos. Posou ao lado de cartaz sobre os trabalhos na região do Araguaia que dizia: “Quem procura osso é cachorro”.

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