Em Guarapuava, o Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia criminal contra quatro pessoas, cujos nomes não foram divulgados, pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, praticados no contexto de obras públicas em rodovias estaduais. Os fatos foram apurados no âmbito da Operação Fora de Área, realizada pelo MPPR por meio dos Núcleos de Guarapuava do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Os fatos teriam sido praticados entre 2017 e 2019, a partir de contratos formalizados pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR). Três dos denunciados são vinculados a um conglomerado de empreiteiras contratado para várias destas obras e o quarto é um servidor do DER, que seria responsável pela gerência de vários contratos – pelo menos quatro deles ligados ao grupo econômico. O MPPR sustenta que o servidor teria atestado como “adequados” serviços de qualidade inferior ao contratado oferecidos pelas empreiteiras, o que gerou prejuízo estimado em perto de R$ 4 milhões aos cofres públicos.
Favores
Conforme as investigações, em 2017, o proprietário de uma das empresa de engenharia vinculadas ao conglomerado pagou R$ 105 mil ao agente do DER. A propina teria sido ocultada com a negociação de um veículo, no valor de R$ 165 mil, comprado em uma concessionária pertencente ao mesmo empresário – o servidor teria pago efetivamente apenas R$ 50 mil pelo carro.
A denúncia descreve ainda que, em 2019, os denunciados acertaram custear uma reforma em uma casa funcional do DER na qual o servidor denunciado pretendia fixar residência com a família. No mesmo ano, o agente público ainda solicitou o transporte de sua mobília de Curitiba a Guarapuava, para a casa reformada.
Trata-se da segunda ação penal referente à Operação Fora de Área proposta pelo MPPR. Os processos tramitam na 2ª Vara Criminal de Guarapuava. (Do MPPR).