Em Guarapuava, o Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia criminal contra um vereador, cujo nome não foi revelado, e mais duas pessoas – a mulher e um irmão do agente político. O MPPR sustenta que os três seriam responsáveis por organizar um arranjo de “rachadinha” no legislativo, embolsando parte dos vencimentos de servidores vinculados ao gabinete do vereador, incorrendo assim nos crimes de associação criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e coação no curso do processo.
As investigações foram conduzidas pela 14ª Subdivisão da Polícia Civil e o Núcleo de Guarapuava do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), no âmbito da Operação Moeda de Troca, com participação também da 7a Promotoria de Justiça da comarca. Conforme apurado, ao menos duas servidoras públicas foram coagidas, por quatorze vezes, a entregar ao vereador e sua esposa produtos alimentícios ou dinheiro, entre fevereiro de 2021 e abril de 2022, sob a ameaça de exoneração.
Dinheiro e ameaça
As mulheres ainda teriam recebido ordem de repassar no mínimo R$ 200 de seus salários, mensalmente, além da integralidade de seus 13º salários, por meio de transferências PIX em favor do irmão do político, que emprestou a conta para dissimular o verdadeiro destinatário do dinheiro, em situação que configura lavagem de dinheiro. Somente com essas vítimas os denunciados teriam garantido pelo menos R$ 2.060,00. A esposa do vereador também teria procurado uma das servidoras, após saber das investigações, buscando fazê-la desistir de relatar os fatos – por conta disso foi denunciada por coação.
O Gepatria informa que segue à disposição para receber notícias de irregularidades similares praticadas pelo vereador ou outros agentes públicos. O contato é o telefone (42) 3623-0276 e o e-mail [email protected]. (Do MPPR).