O Ministério Público do Paraná (MP-PR) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em Astorga, Rolândia e Pitangueiras, no norte do Paraná, em imóveis do ex-prefeito de Astorga, Arquimedes Ziroldo, do filho,da nora dele, e de agentes públicos. Eles são suspeitos de enriquecimento ilícito.
Essa investigação é um desdobramento de uma operação realizada pela promotoria no início de setembro que prendeu o ex-prefeito, o filho Daniel e a nora Luciana Ribeiros. Atualmente, os três respondem a uma ação penal em liberdade. Arquimedes Ziroldo e a defesa do filho dele negam as acusações e disseram que a ação foi desnecessária.
Na primeira fase, as apurações apontaram a formação de uma organização criminosa que atuava na constituição de empresas para fraudar licitações realizadas pelo Consórcio intermunicipal com sede em Astorga (Cindepar).
Desta vez, conforme o promotor Lucilio de Held Júnior, a ação foi deflagrada porque há indícios que apontam que no período que Arquimedes Ziroldo foi prefeito de Astorga, entre 2012 e 2017, ele constituiu empresas em nomes de terceiros e adquiriu imóveis em uma área que, posteriormente, foi incorporada ao município.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas do ex-prefeito, do filho e da nora de Ziroldo, em escritórios de contabilidade que pertencem ao filho do ex-prefeito e nas residências de três ex-secretários municipais e de ex-diretor de uma secretaria.
A Justiça ainda determinou a suspensão das atividades de duas empresas envolvidas no esquema, o afastamento de dois agentes públicos e proibiu que o filho ou a nora de Arquimedes Ziroldo constituam novas empresas ou passem essas funções para outras pessoas.
Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR) são investigados os crimes de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito.
O que dizem as defesas – Ao G1-Paraná, o ex-prefeito de Astorga Arquimedes Ziroldo disse que as ações do Ministério Público são arbitrárias e as investigações baseadas em ilações. Afirmou que sempre esteve disponível para prestar esclarecimentos a promotoria e nunca se furtou a esclarecer os fatos ou a entregar documentos públicos.
“As investigações são baseadas em denúncias realizadas por apenas uma pessoa. Essa pessoa passou a me denunciar em 2014 quando o município entrou com uma ação na Justiça pedindo a devolução de um barracão que ela estava utilizando de forma ilegal. Desde essa época nada de ilegal foi encontrado ou comprovado, não tenho nenhuma condenação”, disse o ex-prefeito de Astorga.
Arquimedes Ziroldo diz que da mesma forma que o município investiu no loteamento investigado pelo MP, outro cinco parques industriais foram criados.
O advogado Maurício Carneiro, que defende Daniel Ziroldo, Luciana Ribeiros e a mãe de Luciana disse que os mandados de busca e apreensão foram totalmente desnecessários porque, conforme a defesa, todos os documentos e computadores foram apreendidos pelo MP-PR no início de setembro. (Informações do G1-Paraná).