O filósofo José Arthur Giannotti, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), morreu nesta terça-feira (27) em São Paulo, aos 91 anos.
A informação foi confirmada por Marcos Nobre, presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento —o Cebrap, que Giannotti ajudou a fundar em 1969 e presidiu por 12 anos—, e pela editora do filósofo, a Companhia das Letras. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em São Carlos (SP) em 25 de fevereiro de 1930, Giannotti era considerado por seus pares um dos maiores nomes da filosofia brasileira. Dedicou-se ao estudo de autores como Karl Marx, Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein e lançou, entre outros livros, “Apresentação do Mundo” e “Heidegger/Wittgenstein: Confrontos” —publicado no ano passado, quando ele completou 90 anos.
Na década de 1990, segundo o jornal O Globo, Giannotti era considerado o filósofo mais influente da República em razão de sua amizade de décadas com Fernando Henrique Cardoso, cuja candidatura à Presidência apoiou. Embora às vezes fosse chamado de “intelectual tucano” pela imprensa, nunca se filiou ao PSDB.
E, diferentemente de muitos colegas acadêmicos, nunca quis trocar a filosofia pela política ou por cargos públicos.