Morre Dalcanalle, ex-presidente da Assembleia

Morre Dalcanalle, ex-presidente da AssembleiaEmbora em recesso, a Assembleia Legislativa deveria ter prestado, em suas páginas nas redes sociais, homenagem a Luiz Alberto Dalcanalle – o Neno Dalcanalle, como era mais conhecido. Ex-deputado estadual eleito para duas legislaturas (1958-62 e 1962-64), era o último sobrevivente entre os que ocuparam a presidência da Casa antes do golpe de 1964.

Neno morreu em Curitiba no dia 2 passado aos 87 anos. Militante do PTB, teve curta mas brilhante passagem pela política paranaense, quer como líder promissor do então mais importante partido do país, quer como tribuno. Sua carreira, no entanto, foi interrompida pela cassação decretada por um dos primeiros atos institucionais do nascente regime militar.

Cumprido o período de dez anos de suspensão dos seus direitos políticos, Neno voltou à militância filiando-se ao MDB. Apoiou José Richa para elegê-lo senador em 1978 e, seguida, ajudou-o na campanha para o Palácio Iguaçu.

Nomeado por Richa, presidiu a Celepar. Assumiu também a secretaria de Comunicação Social com a missão de debelar a crise política e de imagem que atingiu o governo após denúncias de corrupção na secretaria da Fazenda que provocaram a queda dos dois mais importantes secretários da época – o denunciado Erasmo Garanhão e o denunciante, Belmiro Valverde, do Planejamento.

Filho de família de prósperos proprietários de terras no Oeste do Paraná e controlador do extinto Banco Araucária, teve um início de carreira política de modo curioso, segundo relata o jornalista Sylvio Sebastiani em seu livro “Um nome, muitas histórias“.

Transcorria o ano de 1958. Na eleição municipal desse ano, foi eleito prefeito de Curitiba o general Iberê de Mattos, do PTB, que até então presidia o Clube Atlético Ferroviário (do qual se originou o Paraná Clube). Como não podia continuar como cartola de futebol, Iberê incumbiu Sylvio Sebastiani de convidar Dalcanalle para assumir a presidência do Ferroviário.

A missão parecia impossível: Dalcanalle era da UDN, maior adversário do PTB, e atleticano roxo, mas Sylvio convenceu-o mudar não só de partido como de clube. Neno era o presidente do Ferroviário quando o estádio Durival de Britto passou a ser o primeiro do Paraná a contar com iluminação que permitia jogos noturnos.

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