Morreu na manhã deste domingo (16) o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), aos 41 anos.Ele foi vítima da metástase de um tumor na cárdia, descoberto em 2019, que se alastrou pelo fígado e pelos ossos. Neste sábado (15), os médicos afirmaram que a situação era irreversível, após uma piora no quadro clínico.
Covas comandava a prefeitura de São Paulo desde 2018, quando o então prefeito João Doria, de quem Covas era vice, abandonou o cargo para assumir o governo do Estado. Em 2020, Covas foi eleito prefeito. Ao longo do ano, chegou-se a especular se ele seria de fato candidato, devido a seu quadro clínico. O câncer foi, inclusive, explorado por adversários durante a campanha eleitoral.
Covas derrotou Guilherme Boulos (PSOL) com uma larga vantagem no segundo turno e garantiu o direito de permanecer no posto por mais quatro anos.
O prefeito iniciou um tratamento com sessões de quimioterapia e radioterapia, que fizeram com que os tumores diminuíssem de tamanho.
Ao longo de 2020, Covas manteve o tratamento com imunoterapia e não teve que deixar o cargo, inclusive participando da disputa eleitoral e sendo eleito.
Em fevereiro de 2021, um novo nódulo foi localizado no fígado.
Covas foi internado no dia 15 de abril no Hospital Sírio Libanês. Na ocasião, os médicos constataram que o câncer que vinha tratando havia se alastrado pelo fígado e pelos ossos.
Enquanto estava hospitalizado, Covas publicou uma carta ao filho, Tomás, de 15 anos, nas redes sociais, na qual disse:: “a luta continua”. No dia 27 de abril, Covas teve alta depois da drenagem de líquido no abdômen e na pleura.
Menos de uma semana depois, no dia 2, o prefeito voltou a piorar e precisou ser internado novamente. Dessa vez, pedindo licença do cargo.
No dia 3 de maio, Covas foi transferido para a UTI, devido a um sangramento no estômago. Ele chegou a ser intubado, mas foi extubado horas depois. O prefeito deixou a UTI no dia seguinte.
Ainda com sangramentos no estômago, ele voltou às sessões de radioterapia no dia 6.
Na última sexta-feira (14), Covas teve uma piora e seu estado passou a ser considerado gravíssimo. Os médicos afirmaram que a situação era irreversível.
Carreira Política – Nascido em Santos no dia 7 de abril de 1980, Bruno Covas é neto do ex-governador de São Paulo Mário Covas e desde cedo esteve ligado à política.
No mesmo ano em que começou o curso de direito na USP e o de economia na PUC, em 1998, Covas filiou-se ao PSDB e ascendeu rapidamente no partido.
Em 1999, foi eleito primeiro secretário da Juventude do Partido. Em 2003, tornou-se presidente estadual. Covas foi eleito presidente nacional da Juventude do PSDB, em 2007.
Sua carreira política teve início em 2004, quando foi candidato a vice-prefeito de Santos pelo PSDB. Em 2005 e 2006, foi assessor da liderança dos governos de Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Covas foi eleito pela primeira vez em 2006, como deputado estadual. Em 2010, foi reeleito ao cargo como o mais votado do estado, com 239 mil votos.
Em 2011, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, convidou Covas para assumir a Secretaria do Meio Ambiente. Em 2014, Covas decidiu se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados e foi eleito.
Covas foi eleito vice-prefeito de São Paulo na chapa de João Doria em 2016. Dois anos mais tarde, Doria abandonou o cargo para assumir o governo do estado e Covas foi alçado ao posto de prefeito em 2018.
Em 2020, Bruno Covas foi eleito prefeito de São Paulo, tendo Ricardo Nunes como vice. (De O Antagonista).