Morreu na madrugada desta quarta-feira (10), aos 100 anos de idade, o jornalista carioca Helio Fernandes. Ele foi proprietário da “Tribuna da Imprensa” e também dirigiu veículos como a revista “O Cruzeiro” e o jornal “A Noite”. Conhecido pelo estilo combativo, Helio foi um dos jornalistas mais perseguidos pela ditadura militar. No livro “A ditadura escancarada”, Elio Gaspari afirma que a “Tribuna” foi o diário mais massacrado pelo AI-5.
“Sofreu mais de vinte apreensões e teve censores dentro do seu prédio por dez anos e dois dias. Antes mesmo que Médici chegasse ao Planalto, o jornalista Helio Fernandes, seu proprietário e alma panfletária, passara por quatro cadeias e dois desterros”, escreve.
Helio comprou a “Tribuna” em 1962 e a dirigiu até que o jornal deixou de circular, em 2008. Nos últimos anos, continuou a escrever em um blog e um perfil nas redes sociais, onde mantinha contato direto com os leitores.
Segundo informações da família, o jornalista morreu em casa,no Rio de Janeiro, de causas naturais, por volta das 3h. Seu corpo deverá ser cremado na quinta-feira. O velório será restrito devido à pandemia da Covid-19.Hélio era irmão do também jornalista Millôr Fernandes.
Helio era pai dos também jornalistas Rodolfo Fernandes, ex-diretor de Redação do GLOBO, e Hélio Fernandes Filho, ambos mortos em 2011. Ele deixa outros três filhos, Isabella, Ana Carolina e Bruno, e três netos, Felipe, Leticia e Helio. (De O Globo).