Moro vence queda de braço com Bolsonaro e mantém Valeixo na PF

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Maurício Valeixo deve continuar no cargo, segundo apurou o Estadão. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, já teria dado a Valeixo a informação de que ele não será substituído pelo menos por enquanto. Procurado, o ministro disse que não comentará o assunto.

A saída de Valeixo era dada como certa internamente na PF após o presidente Jair Bolsonaro ter declarado, no mês passado, que poderia trocar a direção do órgão. Sua permanência é considerada uma vitória de Moro. O combinado é que ninguém na PF comente mais sobre o assunto, para evitar novas rusgas com o presidente.

O presidente ficou irritado especialmente com a recusa de Valeixo de indicar para a superintendência do Rio de Janeiro o delegado Alexandre Saraiva, atual chefe da unidade do Amazonas, no lugar do delegado Ricardo Saadi.

Na ocasião, Bolsonaro afirmou que havia determinado a saída de Saadi por ‘questão de produtividade’. Horas após o anúncio, porém, a PF contradisse o presidente e, em nota, afirmou que a troca já estava planejada e não tinha relação com o trabalho do delegado. Ainda anunciou um outro nome para o cargo, contrariando Bolsonaro.

Um dos ingredientes que azedaram a conversa entre Bolsonaro e Moro foi justamente a insistência do presidente em fazer alterações no comando da PF.

Desde o início da crise, Moro se esforçou para manter Valeixo, uma indicação sua para o cargo. Eles trabalharam juntos na Lava Jato em Curitiba. Em conversa com Bolsonaro, o ministro chegou a atribuir as polêmicas a uma ‘rede de intrigas’ que atuava para desgastar a relação entre os dois.

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