Ao visitar a Agrishow sábado (27), em Ribeirão Preto, o presidente Jair Bolsonaro agradou a plateia de fazendeiros ao prometer que enviaria ao Congresso um projeto que isenta de punição os produtores rurais que resistirem à bala a invasões de suas propriedades e até matarem invasores.
No mesmo dia, já em Brasília, reafirmou que é armamentista e alertou que todos os ministros estão obrigados a aceitar a ideia. Caso contrário, que deixem o governo.
Pois bem: nesta quinta-feira (2), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse ser precipitado discutir a promessa de Bolsonaro de isentar os proprietários rurais que atirarem contra invasores.
“É prematuro discutir essas questões sem que nós tenhamos ela ainda como uma política pública absolutamente delimitada”, afirmou ao Estadão.
“Existem políticas públicas que são formuladas dentro do governo, com interação das diversas pastas envolvidas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública quando há essa pertinência temática, e essas políticas públicas são discutidas, há idas e vindas, avanços e recuos”.
Moro é autor do projeto anticrime que já tramita no Congresso e dele consta a “excludente de ilicitude” apenas para agentes policiais que, caracterizada a legítima defesa ou “escusável medo”, atirem contra suspeitos de crimes. Não há no projeto a extensão deste direito a proprietários rurais.
Moro não pensa exatamente como Bolsonaro.
Dois personagens com graus muito parecidos de inteligencia… Certeza de que vão se entender.