Cada vez que os institutos de pesquisa colocam o nome do juiz Sergio Moro na lista de candidatos a presidente da República, ele aparece na ponta, rivalizando nas preferências do eleitor com o sempre campeão ex-presidente Lula e muito à frente de todos os outros. Mas Sergio Moro é candidato?
O repórter Gerson Camarotti, da Globo News, fez esta pergunta a ele durante a longa (e raríssima, talvez única) entrevista que deu a uma televisão brasileira apresentada na noite desta terça-feira (17).
A resposta de Moro foi:
A pesquisa perde tempo quando coloca o meu nome, porque não serei nenhum candidato. Eu acho que existem maneiras de servir ao país que não dependem de ser candidato a um cargo da presidência ou assumir a presidência. Acho a carreira política muito bonita, porque afinal o agente político está ali para servir à sociedade, para representar os seus eleitores, isso é algo positivo. Mas entendo que existem outras maneiras de tentar influenciar positivamente as pessoas e a sociedade. Minha opção foi pela magistratura e assim pretendo permanecer.
Camarotti insistiu: “O senhor não pediria para retirar seu nome das pesquisas?” Obteve de Sergio Moro a seguinte resposta:
Nunca foi colocado por minha iniciativa, então não vejo muito sentido que eu peça que tirem. Para mim, no fundo é indiferente.
Mas, “no futuro, o senhor pensa em entrar na política”, insistiu o repórter.
Não existe essa perspectiva. Como eu disse, acho que a política é importante. Democracia se faz com política, ela nos dá a vantagem de trocar nossos representantes, nossos governantes sem derramamento de sangue. As pessoas têm que exercer seu direito de voto com sabedoria. E pensar em governantes que sejam competentes, mas também honestos, as duas coisas a meu ver caminham juntas. Mas não tenho essa vocação. É uma questão simplesmente de vocação. Poderia? Poderia, eventualmente. Não existe nenhum empecilho normativo. Mas a minha opção de vocação é outra. Eu sou um juiz e pretendo permanecer como juiz.