O ministro Celso de Mello liberou nesta segunda-feira (23) para a Segunda Turma do STF uma ação penal que deve ser a primeira da Operação Lava Jato a ser julgada na corte. Trata-se da denúncia contra o deputado federal paranaense Nelson Meurer (PP) por corrupção e lavagem de dinheiro. Celso de Mello é o revisor das ações penais da Lava Jato, que começou em 2014 sem que qualquer político tenha sido julgado e condenado no STF.
Meurer está otimista: “Eu pedi para meus advogados que o julgamento seja no mês de maio, e é o ministro que vai decidir. Não cometi nenhum ato ilícito e tenho certeza que os ministros – que são os responsáveis pelo processo – vão analisar e vão dar a minha absolvição. É só isso o que eu tenho que informar”, vislumbrou Nelson Meurer.
Ainda não há data definida para o julgamento de plenário, cuja pauta é organizada pela presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia. No início de março, Celso de Mello já havia dito que estava trabalhando para liberar as primeiras ações penais da Lava Jato em abril, seguindo a ordem de chegada ao seu gabinete. Primeiro, Nelson Meurer e, em seguida, a senadora Gleisi Hoffmann.
A denúncia, que foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2015, inclui dois filhos de Nelson Meurer, Nelson Meurer Júnior e Cristiano Augusto Meurer. Todos são investigados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do petrolão. Para o PGR, o deputado foi um dos caciques do Partido Progressista que bancaram a permanência de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, no posto em troca de vantagens indevidas.
Ainda segundo a denúncia da PGR, formulada na gestão de Rodrigo Janot, Nelson Meurer pediu e recebeu R$ 29 milhões do esquema de corrupção na estatal petrolífera. O dinheiro era garantido ao parlamentar por meio de repasses mensais de R$ 300 mil. Além disso, sempre segundo a acusação da PGR, Meurer recebeu R$ 4,5 milhões a título de doação para sua campanha de reeleição à Câmara, em 2010.