Mesmo com reforma, deficit da Previdência vai aumentar

Mesmo depois da reforma, o deficit da Previdência vai aumentar no ano que vem, segundo calcula o secretário especial do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. “O que acontece é que temos um aumento grande de novos benefícios, talvez pelo medo do impacto da reforma. Então, em 2020 vamos ver um deficit maior que este ano”, previu.

Segundo relatório das contas públicas divulgado nesta sexta-feira (27/), o Tesouro Nacional e o Banco Central registraram superavit mensal e no acumulado no ano, de R$ 3,8 bilhões e R$ 80,6 bilhões, respectivamente.

Por outro lado, o deficit da Previdência ficou em R$ 20,6 bilhões em agosto e acumula R$ 132,7 bilhões em saldo negativo nos primeiros oito meses do ano. Os números já consideram a correção pela Inflação.

De acordo com o secretário, nem 10% do ajuste fiscal estabelecido pela Emenda Constitucional do teto de gastos foi feito no país. A regra do teto, aprovada no Congresso em 2016, estabelece um reajuste de 4% do PIB, em 10 anos.

Ao final de 2019, Almeida espera que o governo tenha reduzido 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em gastos, com uma despesa primária do ano próxima à de 2016, que representou 19,9% do PIB. Ou seja, ainda vai restar o recuo de 3,8%. “Até o final do ano terei cortado, no máximo, 0,2% ou 0,4%. 90% do ajuste que ainda precisa ser feito. É bom que tenhamos um bom debate político para fazer isso. Senão, não tem ajuste fiscal”, afirmou.

Os principais obstáculos são as despesas obrigatórias que, segundo Mansueto, superam 94% do Orçamento Federal. Os gastos previdenciários representaram 44,2%, de janeiro a agosto, de tudo o que foi pago no orçamento. Para o secretário, apesar da importância da reforma da Previdência, no curto prazo, a economia é “muito pequena”.

“Se não houver perseverança com o corte e mudança na dinâmica das despesas obrigatórias, vai ter que ir para arrecadação, que é um lado que ninguém quer ir. Então, temos que cortar no lado da despesa mesmo”, destacou.

O secretário do Tesouro lembrou que a dívida pública bruta se aproxima de 80% do PIB e só terá trajetória de queda quando o governo tiver superavit em torno de R$ 140 bilhões. “Ainda tem um ajuste fiscal de mais de R$ 250 bilhões a ser feito para, claramente, colocar a dívida bruta e líquida em trajetória de queda”, afirmou. (Informações do Correio Braziliense).

3 COMENTÁRIOS

  1. Isso é tão obvio como a soma de 2 + 2. Basta ver o que aconteceu em 1998/99, 2003 e 2005. os dados estatísticos estavam a disposição. Só os néscios acreditam no discurso da propaganda governamental. Uma reforma baseada em documentos fraudados, e com vistas a atender a “precificação do mercado” só pode ser arremedo de reforma… Para pior! De outra parte, para a cúpula do funcionalismo (conselheiros de TCs, Desembargadores, Ministros de Tribunais Superiores) pouco importa a reforma, vez que permanecerão nos cargos até os 75 anos de idade. Estando no abono permanência, quem pagará a conta do aumento da alíquota da contribuição previdenciária é a sociedade. E para além dos 39 mil, continuarão a receber auxílio saúde de 10% do subsídio, além de dúzias de cargos comissionados, + carro, telefone celular, e motorista a disposição…

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