O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, autorizou na noite deste sábado (9), que o procurador-geral da República Augusto Aras, o advogado-geral da União e o ex-ministro Sérgio Moro tenham acesso integral à gravação da reunião ministerial de 22 abril, na qual, segundo Moro, o presidente Jair Bolsonaro teria cobrado a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente no Rio. O vídeo foi entregue pelo governo na noite desta sexta, 8, e o decano decidiu colocar temporariamente sigilo sobre o material. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, na coluna do jornalista Fausto Macedo.
Segundo Celso, a medida se dá para orientar a formulação de perguntas para os depoimentos que serão colhidos na próxima semana no âmbito do inquérito sobre suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF. Mais cedo neste sábado, Aras pediu acesso com urgência ao vídeo da reunião ministerial utilizando argumento.
No despacho, o decano indica que o acesso se dará perante a Polícia Federal em Brasília, em dia designado pela presidente do inquérito, delegada Christiane Corrêa Machado, que exibirá a Moro, a AGU e a Aras, ‘em ato único’ o conteúdo integral do HD entregue pelo governo.
O ministro também já deixou autorizado que PF designe novas audiências das testemunhas caso seja necessário reinquiri-las diante do conhecimento do que se passou na reunião ministerial, a PF designe novas audiências. O ex-diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, o ex-superintendente do Rio, Ricardo Saadi e a deputada Carla Zambelli vão depor na próxima semana no âmbito da investigação.
Ao fim do despacho, assinado às 21h55 , o decano avisa ainda que decidirá ‘brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulgação, total ou parcial, dos registros audiovisuais contidos na mídia digital em questão’.