A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, desenvolve em artigo publicado hoje a tese de que a perseguição de que sofrem os ex-presidente Lula e Dilma não é coisa nova no Brasil. À mesma perseguição sofreram antes os presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e João Goulart.
“Assim como ocorre atualmente com Lula e com Dilma, os ex-presidentes foram acusados impiedosamente de corrupção pelas forças conservadoras, mas ao final terminaram absolvidos pela História, pois ninguém conseguiu levantar uma única prova que manchasse suas biografias”, diz a senadora em seu artigo.
Em outro trecho, afirma:
“Lula e Dilma estão na mira das elites porque retomaram a mesma agenda de seus antecessores. Vargas privilegiou os trabalhadores ainda no período do Estado Novo, garantindo proteções individuais e coletivas impensáveis até então, como jornada de trabalho de oito horas, descanso semanal remunerado, férias anuais, salário mínimo, previdência social e direito à organização sindical, entre outros benefícios.”
E diz mais:
“JK e Jango não foram menos importantes, mas terminaram perseguidos da mesma maneira. O primeiro construiu Brasília e trouxe montadoras para o país, inaugurando um ciclo de desenvolvimento que prometia fazer em cinco anos o que não havia sido feito em 50 anos. JK foi perseguido e acusado, pasmem, de viver em um luxuoso apartamento em Ipanema que pertencia a um banqueiro. O caso foi arquivado pela Justiça por falta de provas contra o ex-presidente, que anos depois morreria misteriosamente em um acidente de carro na Dutra. Jango criou o 13º salário e foi chamado de comunista por sugerir uma reforma agrária no Brasil, sendo deposto e cassado por militares que se revezaram no poder por quase duas décadas. Também morreu anos depois, no exílio, e sua família acredita que possa ter sido envenenado.”
Para a comparação ser absoluta, da a impressão que Gleisi até poderia pensar que um dos dois “perseguidos” corre o risco de ter o fim igual a Getulio.