A ministra Cármem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), desembarcou em Curitiba na manhã desta terça-feira para inspecionar o sistema prisional paranaense. Ela anda alarmada com a caótica situação das penitenciárias brasileiras, palco de rebeliões fatais que pipocam por toda a parte. Nesta segunda (8), tentou visitar a penitenciária de Aparecida de Goiás, mas, por motivo de segurança, foi desaconselhada a entrar no estabelecimento onde, dia primeiro do ano, nove detentos foram assassinados.
Aqui foi diferente. Como a vinda de Cármem Lúcia já estava agendada há tempos, o governo pôde escolher a dedo o local onde levá-la. E ela deve ter achado tudo maravilhoso, nos conformes. Levaram-na à Penitenciária Central do Estado – Unidade de Progressão, localizada no Complexo Penitenciário de Piraquara, lugar em que os presos se dedicam o dia todo a atividades educacionais e de trabalho (foto da rádio Banda B).
A unidade está sob a direção da advogada Cinthia Mattar Bernardelli Dias, que explica: “Esse é um projeto-piloto que vem dando certo. Estamos aprimorando o trabalho, buscando novas parcerias para com isso abrir novas vagas”.
O governo não propôs a Cármem Lúcia uma viagem a Cascabel para ver o que sobrou da penitenciária depois da última rebelião ocorrida em novembro passado (foto), que resultou numa morte e muitos feridos.
Impossível sonhar com um resultado diverso do que temos acompanhado. Aqui no Brasil para exercer cargo de confiança de livre nomeação o principal requisito é ter ficha suja. Para ser Monstro do Trabalho tem que ter no Curriculum a “experiência” de desrespeitar o trabalhador, contratar e não anotar a CTPS do contratado, burlar a legislação trabalhista. Para ser chefe do DETRAN de Minas Gerais, o requisito é ter perdido o direito de dirigir devido à contumacia em desrespeitar as Leis de Trânsito e por ocasião da nomeação, ser constatado que o nomeado coleciona mais de uma centena de pontos na CNH, e mesmo assim continuar conduzindo veiculos normalmente.