O Consórcio R+, que arrematou o Hospital Evangélico de Curitiba e a Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná (Fempar) no leilão realizado nesta sexta-feira (17) é constituído por duas empresas – a Única Educacional e a Ambar Saúde. Mas não são apenas estas duas que formam um grande conglomerado controlado pela família Muniz, de Montes Claros, Minas Gerais.
Há pelo menos cinco outras, com a particularidade de que cada uma é sócia das demais:
- Funorte Iamotecnia Ltda
- Seim – Sociedade Educacional Irmaos Muniz Ltda
- Snel – Sociedade Norte Educacional Ltda.
- Sonmec – Sociedade Norte Mineira De Ensino E Comunicacao Ltda.
- Soebras – Sociedade Educativa do Brasil Ltda
Aparecem como sócios deste conglomerado Jhonatan Rodrigues Silva, Ruy Adriano Borges Muniz, Tania Raquel de Queiroz Muniz, Thiago Queiroz Borges Muniz, Ambar Saude, Elaine Fagundes Silva.
Ruy Muniz é ex-prefeito do município de Montes Claros. Foi preso e teve seu mandato cassado sob suspeita de corrupção. Sua mulher, Raquel Muniz, é deputada federal; ficou famosa quando da votação do impeachment de Dilma Roussef: ao microfone, depois de gritar sim pelo afastamento da presidente, elogiou o marido como político honesto, coincidentemente um dia antes de ele ser levado preso por improbidade pela Polícia Federal.
No último dia 25 de julho, Ruy e Raquel tiveram seus bens bloqueados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Foram bloqueados imóveis e veículos, correspondendo a cerca de R$ 3 milhões, em decorrência de suposto desvio de recursos recebidos pela Soebras em contatos com o governo federal.
O lance com que o grupo arrematou as duas tradicionais instituições fundadas pela Sociedade Evangélica Beneficente (SEB) foi de R$ 259 milhões, dos quais 20% deverão ser pagos em 48 horas e o restante dividido em 60 parcelas mensais.
Diante do quadro geral, a dúvida supera a certeza: o Hospital Evangélico e sua faculdade de medicina foram salvos pelo leilão?