Justiça do Trabalho atrasa leilão do Evangélico

Com uma dívida que deve chegar a R$ 700 milhões até o fim do ano, de triste passou a ser desesperadora a situação do Hospital Evangélico de Curitiba. Não há meios de se pagar os débitos acumulados com ações trabalhistas, com salários e encargos atrasados e com fornecedores de medicamentos e insumos. Já estaria fora de cogitação a possibilidade de pagar os salários de dezembro e o 13.º. Salvo por alguns poucos abnegados, médicos e outros profissionais abandonam o serviço porque não recebem há um ano.

Hospital filantrópico, o Evangélico atende quase exclusivamente pelo SUS e acolhe mais de 30% dos pacientes de Curitiba e região metropolitana. Fechar o hospital – que parece ser o caminho mais próximo e muito breve – vai ocasionar um caos sem precedentes na saúde pública, que poderia ser evitado se a Justiça do Trabalho, que, por meio de interventores por ela nomeados, fosse mais rápida na decisão já aprovada de leiloar o hospital e sua faculdade de medicina anexa.

O leilão estava marcado para ocorrer no último 27 de outubro, mas pouco antes houve mudança do juiz que antes conduzia a alienação das duas instituições. O magistrado que substituiu o anterior, no entanto, não deu sequência ao processo. Preferiu suspender o leilão, nomeou novos interventores sem experiência em administração hospitalar e de ensino superior (com salários de R$ 45 mil mensais) e ainda está “tomando pé” da situação.

Enquanto isso, as dívidas crescem à razão de R$ 10 milhões por mês e os serviços se deterioram a cada dia. O último balancete foi fechado em maio e registrava um passivo de R$ 594 milhões. Até o fim de dezembro, estima-se, o valor deverá chegar (ou ultrapassar) os R$ 700 milhões.

Não é por falta de interessados na aquisição do hospital e da faculdade que o leilão deixou de ser realizado. Cinco empresas se inscreveram; duas desistiram; três permanecem dispostas a assumi-las. Uma delas, no entanto, está de olho apenas no potencial imobiliário, pois a localização nobre no Bigorrilho e o tamanho do terreo (uma quadra inteira) seriam extremamente propícios à construção de edifícios de alto padrão. Duas outras entidades privadas, no entanto, se dispuseram a apresentar propostas para recuperar e manter o hospital e sua faculdade de medicina.

Por que não se resolve logo esta situação? A resposta só pode ser dada pela Justiça do Trabalho. Por esta resposta esperam centenas de trabalhadores e milhares de pacientes.

 

1 COMENTÁRIO

  1. Vamos por partes. 1ª Uma delicia ler o ContraPonto pois é onde o Paraná real se revela. 2ª 45 paus? Pra que? Administrar massa falida? Mais uma da Justiça S/A. 3ª Mais abaixo tem no próprio ContraPonto uma matéria sobre o “batismo” dum pastor a uma tropa, o richa, decerto muito religioso, entre eles. Curitiba e região e vamos lá, o Paraná como um todo , tem muitos, mas muitos Evangelicos. Tem tantos e tanta grana que deu pra construir um Templo no coração do Batel num terreno onde daria um shopping e mais umas lojinhas., que tem Universal em quase todos os bairros sem contar as menores derivaçõesw O zacharow ,que ja foi o presidente do Conselho do Evangélico, entre tantos deputados do PR, foi eleito diversas vezes com os votos dos Evangélicos, então a pergunta que não quer calar é : cadê a grana? So precisam dos votos? Ou a grana é pro pastor, que tem Unimed e pro Templo que não atende doente de queimadura ? Não conseguiram ao longo destes anos uma solução. Logo os pacientes Evangélcios serão atendidos em hospitais Católicos. Ate que surja a”Medicina sem Religião” (Católica com certeza) que tente acabar com os Hospitais tipo N S Pilar .

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