A juíza Mariana Tomaz da Cunha, da 28ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou o afastamento da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), Larissa Rodrigues Peixoto Dutra. O pedido de afastamento havia sido feito pelo Ministério Público Federal.
A determinação se dá poucos dias após a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que “ripou todo mundo do Iphan” por conta da interdição das obras de uma loja da Havan, do
empresário bolsonarista Luciano Hang,
“As falas supratranscritas sugerem, ao menos em um juízo de cognição sumária, uma relação de causa e efeito entre as exigências que vinham sendo impostas pelo IPHAN à continuidade das obras do empresário e a destituição da então dirigente da entidade”, diz trecho da decisão.
Ainda de acordo com a magistrada, a declaração de Bolsonaro vai ao encontro das transcrições apresentadas pelo Ministério Público Federal sobre a famosa reunião interministerial de abril de 2020 que mostrou a“intenção de substituir a presidência da autarquia com o propósito não de acautelar o patrimônio cultural brasileiro, mas de promover o favorecimento pessoal de interesses específicos de pessoas e instituições alinhadas à agenda governamental”.