O deputado federal Luciano Ducci (PS-PR) voltou a alertar neste sábado (15) sobre a propagação de notícias falsas de medicamentos milagrosos ou sem eficácia comprovada no tratamento da covid-19 e que grassam nas redes sociais, principalmente nos grupos de whatsapp, facebook e instagram. “Além de perigoso, traz a falsa impressão que a doença tem cura e de tratamento fácil, o que desencadeia as aglomerações e o relaxo de medidas simples como a higiene e o uso da máscara”, disse Ducci, queé médico pediatra.
Essa montoeira de desinformação é chamada pela OMS de infodemia. A facilidade e velocidade de disseminação das fake news tem preocupado especialistas, em especial na área da saúde, pelo embate que as notícias falsas podem gerar junto à população. “O impacto representa um problema sério para a integridade e a vida das pessoas. A covid não é uma gripezinha como se chegou a supor, já matou mais de 100 mil pessoas”, disse Ducci.
Um estudo da Revista Americana de Medicina e Higiene Tropical aponta que notícias falsas sobre a pandemia da covid-19 se disseminou em pelo menos 87 países. O Brasil é o sexto país de onde mais vem a desinformação envolvendo o tema, ficando atrás de países como Indonésia, Espanha, China, EUA e Índia.
“Sabemos que ainda não existe tratamento específico para a doença, mas apenas medicamentos indicados para aliviar os sintomas. A disseminação desse tipo de informação fez com que aumentasse o impacto da pandemia, principalmente entre os mais pobres e nas pessoas que não procuram outras fontes idôneas de informação”, disse Ducci.
O parlamentar disse que a reação à desinformação é ainda pequena, apesar de um grupo de empresas que controlam as redes sociais – Facebook, Google, LinkedIn, Microsoft, Twitter, Reddit e YouTube – já alteraram as regras de moderação de conteúdo, tornando-os mais rigorosos.