Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria do ministro Celso de Mello, o desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), será sabatinado nesta quarta-feira (21)pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal. A previsão é de que o magistrado encontre um clima cordial na comissão, mesmo com a pressão que tem sofrido pelos políticos devido a inconsistências no seu currículo acadêmico.
De acordo com parlamentares d a CCJ, a sabatina vai servir para que Kassio Marques explique as incongruências, como a de que teria feito plágio em sua tese de mestrado na Universidade Autónoma de Lisboa e a de que classificou a conclusão de um curso na Universidade de La Coruña, na Espanha, como pós-graduação. Mesmo assim, os senadores acreditam que a sabatina não será marcada por duros questionamentos ou ataques ao indicado por Bolsonaro, até porque, eles mesmos querem aproveitar o momento para conhecer melhor o candidato ao STF.
Entre a oposição também há um ambiente bom para Marques. Alguns fatos contribuem para isso, em especial o de que o desembargador tem sido classificado como uma pessoa contrária à Operação Lava-Jato e à prisão após condenação em segunda instância e com perfil mais garantista, ou seja, de um magistrado que dá mais argumento às garantias dos réus. Essas particularidades fazem com que o nome dele não encontre tanta rejeição dentro do colegiado e até minimizem qualquer fraude do currículo dele. (Correio Braziliense).