Nessa segunda-feira (13), o Ministério da Defesa divulgou nota em que afirmou o empenho de Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira (FAB) em preservar vidas durante a pandemia. O comunicado da Defesa foi motivado por um comentário feito no sábado (11) por Gilmar Mendes. Em uma videoconferência, ele disse que o “Exército se associou a um genocídio”, numa referência ao trabalho de militares no Ministério da Saúde.
No comunicado, a Defesa afirmou que a acusação é grave e que enviaria à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação para adoção das medidas cabíveis a respeito das declarações do ministro.
Nesta terça-feira (14), Mendes disse não ter atingido a honra de Exército, Marinha e FAB, e que nem mesmo citou estas duas últimas em seu comentário. “Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, escreveu o ministro.
A íntegra da nota do ministro:
“Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual. Vivemos um ponto de inflexão na nossa história republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo.
Em manifestação recente, destaquei que as Forças Armadas estão, ainda que involuntariamente, sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado.
Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas.
Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”.
Genocídio como o nome indica, trata-se de extermínio de uma raça, identificada pela genética, como leigo tiro essa conclusão. Hoje aqui no Brasil é perfeitamente possível identificar, qual raça está morrendo mais, embora não acredite que o ministro quis se referir a isso, quando fez seu comentário. Nada obstante, (havendo lei) penso na hipótese de estender, responsabilidade semelhante pela omissão do governo e até do presidente por suas ações de disseminação do vírus. Hoje esse governo militarizado está aplicando um comportamento de guerra, que é a desumanização das pessoas, deixando-as a sua própria sorte, diante da pandemia. Estão fazendo economia para pagar juros da dívida, alegrando os especuladores, sem enxergar que essa economia não faz nem cócegas nas perdas, que estão sendo provocadas pela interferência no INPE, pelo abandono dos povos originários e pelas queimadas na Amazônia. Imaginem se estivéssemos em guerra e o nosso inimigo fosse o Corona, quem poderia nos salvar? A cloroquina, o alho, o capitão américa ou o chapolin colorado? Porque quem tem a atribuição constitucional de nos defender só tem discurso, mas eficácia, por hora nenhuma….
Sempre admirei as forças armadas e LAMENTO que eles não estejam enxergando, que suas mãos estão firmes nas alças de caixões….
Lamento mesmo.