Funcionárias contam como repassavam dinheiro para a vereadora

Duas denunciantes já prestaram depoimentos na Câmara Municipal no caso em que a vereadora Katia Dittrich é acusada de exigir parte dos salários de ex-funcionários de seu gabinete. A Comissão Processante informou que outros quatro denunciantes seriam ouvidos, mas dois foram dispensados por não estarem mais no Paraná e outros dois solicitaram o reagendamento por motivos pessoais.

Luciana Mara Chuchene, que foi chefe de gabinete de Katia, de janeiro a julho deste ano, contou que não fez vários repasses, foi “aporte único” no valor de R$ 5 mil neste ano à vereadora. “Não houve essa conversa de fazer mês a mês.” Ela contou também que os funcionários sofriam “maus tratos” por não quererem dar dinheiro. Inicialmente a intenção, conforme Luciana, seria pagar R$ 1 mil, mas Katia “falou que era muito pouco”. De acordo com a ex-assessora, a vereadora “falava que quem não colaborasse ia ser exonerado”. Segundo Luciana, no início Katia chegou a falar em auxílio dos funcionários à causa animal, “5% do salário para ração dos cachorros, mas que depois ela ia tratar sobre isso e não chegou a falar mais”.

A jornalista Virgínia Vargas da Costa, que trabalhou para Katia de janeiro a março deste ano, disse que houve uma conversa já em dezembro do ano passado, sobre uma possível “contribuição”. “Falaram que seria uma contribuição mensal, que todos do gabinete fariam.” O valor solicitado mensalmente teria sido de R$ 1.500, mas Virgínia não teria aceitado e não contribuiu no primeiro mês. “No segundo mês não contribuí e começaram histórias no gabinete que eu precisava ser demitida, que outros contribuíam e isso eram injusto”.

Para ela, sua exoneração foi resultado de um “complô”. “Acho que a minha demissão ocorreu por um complô que foi realizado dentro do gabinete com vários funcionários que faziam esse repasse e que não estavam contentes por eu não estar fazendo.” Segundo Virgínia e Luciana, não era Katia, mas o marido dela (que não tem cargo em comissão), quem comandava o gabinete. “Katia sempre foi muito submissa ao Marcos no gabinete, era o Marcos que usava a mesa dela, ocupava o computador dela. Foi o Marcos quem me demitiu, a Katia não estava no gabinete”, afirmou a jornalista.

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