O ministro da Justiça, Flávio Dino, barrou um nome para o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), com sede em Brasília, que conta com o apoio da classe política de diferentes partidos e, até, adversários políticos como Arthur Lira (PP-AL) e Renan Calheiros (MDB-AL). O veto tem gerado uma crises no bastidores entre o Congresso e o governo. A informação é do blog da jornalista Andréia Sadi, do portal G1.
Trata-se do paranaense João Carlos Mayer Soares, nome que conta com a simpatia de diversos senadores do MDB e, até, da presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, a quem ele procurou para pedir apoio.
O nome de Mayer foi levado por Lira ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e ao ministro da Justiça, Flávio Dino.
Dino, de acordo com aliados de Lira, teria dito que levaria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não apresentando nenhuma resistência naquele momento. No entanto, na última sexta-feira (21), Lira foi informado de que o nome foi barrado por Dino.
Segundo a jornalista, interlocutores de Dino confirmaram o veto — o argumento é de que Mayer seria “bolsonarista” e teria proximidade com Anderson Torres, ex-ministro. Dino, inclusive, recebeu fotos de Mayer com Torres.
No Planalto, as fotos são conhecidas — mas uma ala minimiza as imagens ao dizer que “fotos são normais com ex-governo”, como o caso do candidato à vaga do TRF-1. E de que sabe-se que ele tem um perfil conservador.
O veto ao nome de Mayer irritou o campo de Lira e também do MDB no Senado. A insatisfação com Dino foi relatada ao Palácio do Planalto e aos líderes do Congresso Nacional.