Funciona assim: a secretaria da Fazenda tinha um sistema informatizado que controlava todos os pagamentos que o governo deveria fazer aos seus fornecedores. Era usado há anos. Até que se decidiu que deveria ser substituído por outro, mais moderno, mais completo, mais rápido, mais seguro.
Com o novo software implantado, tornou-se necessária a migração dos dados do sistema velho para o outro – uma tarefa complexa que deveria levar de um a dois anos para que não ocorrerem problemas. O O antigo e o novo continuariam funcionando paralelamente até que toda a transferência se completasse.
Acontece que, quase no final do ano passado, o ex-secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, achou que já podia aposentar o software antiquado e colocar em funcionamento o mais moderno. Tinham passado apenas oito meses desde o início da transição.
Resultado: bagunçou geral o sistema e muito fornecedores não recebem o que o governo lhes deve desde o fim do ano passado. Ou recebem irregularmente, fora dos prazos, gerando problemas graves para as empresas e para o funcionamento da própria máquina do estado. Um caso emblemático do velho ditado de que a pressa é inimiga da perfeição.
Às vezes, máquina no sentido mais literal da palavra – como se revelou na semana passado com a denúncia de que oficinas mecânicas espalhadas pelo estado se recusavam a consertar viaturas e outros veículos oficiais porque estavam já há seis meses sem receber pelos serviços prestados. Centenas de viaturas policiais, dos bombeiros, ambulâncias, ônibus escolares e automóveis, tudo parado e entupindo os pátios das oficinas.
Os donos das oficinas passaram a culpar a empresa JMK, contratada pelo governo para gerenciar a manutenção da frota e responsável final pelos pagamentos. Títulos contra a JMK foram a protesto, embora poucas das 1.099 oficinas tivessem tomado esta providência. Mas o problema mais sério era mesmo sentido pela população, desassistida de diversos serviços públicos dependentes de viaturas.
A gritaria das oficinas, no entanto, deu certo: descobriu-se que a JMK devia R$ 6 milhões mas tinha a receber de atrasados do governo do estado mais de R$ 10 milhões e já não tinha mais capital próprio para manter os pagamentos em dia.
Foi aí que a governadora Cida Borghetti tomou conhecimento do problema e ficou inconformada com a situação que encontrou logo nos primeiros dias de gestão: não falta dinheiro, disse ela, mas sobra burocracia. E determinou que o problema fosse resolvido com rapidez.
Me parece que neste caso, o governo tinha o DETO, terceirizou os serviços que eram de competência daquele órgão e esta empresa que faz as vezes do DETO, terceirizou o atendimento através dos contratos com oficinas..
Largaram a fiscalização, não pagaram a 1ª terceirizada e o resultado foi uma esculhambação.