É melhor um Judiciário onde haja discordâncias legítimas do que outro que aparente placidez. A observação é do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF e testemunha ocular e auricular de frequentes discussões entre seus colegas – como foi o caso da última, de grande repercussão, entre Gilmar Mendes e Luiz Roberto Barroso.
A afirmação de Fachin fez parte do discurso de 25 minutos que fez durante a homenagem que recebeu, na última sexta-feira (10) de empresários do Paraná, no Country Club, em Curitiba. Textualmente, ele disse:
“O Judiciário não pode pagar o preço da cegueira omissiva. Deve estar apto a, quando chamado, responder, com firmeza e serenidade. Melhor um dissenso genuíno do que uma placidez aparente, teatral ou dissimulada. Melhor uma tensão fidedigna que um verniz que não nos libere para enfrentar os fantasmas sociais e culturais. Não há futuro fora da Constituição. Ninguém, nem instituição alguma, está acima daquela que é o paradigma maior, a direcionar a interação entre sociedade e todos os agentes públicos”.