O procurador-geral Rodrigo Janot já estava com a flecha pronta para atirar outra vez em Temer quando, na tarde desta quarta-feira, o ministro Edson Fachin devolveu a ele o teor da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro. “Para reparos”, segundo informou o STF, sem nada especificar.
A delação de Funaro, principal operador de propina do ex-deputado Eduardo Cunha, teria citado o presidente Temer como um dos beneficiários do esquema. Era a peça que faltava para Janot apresentar a segunda denúncia-crime contra Temer, que cumpriria o mesmo rito da primeira: o STF teria de enviá-la à Câmara para que obter autorização para dar continuidade ao processo.
Da primeira vez, Temer se safou ao obter maioria contrária ao prosseguimento do processo. Distribuiu cargos e emendas, fez muitas promessas. Não pode cumprir todas, perdeu sustentação política na Câmara e, se outra denúncia for apresentada, corre o risco de não obter a mesma alforria.
Como não se sabe que ajustes Fachin pediu a Janot, não se sabe também que tempo o procurador-geral disporia para sanar as deficiências. Lembrando que seu mandato na PGR termina no próximo dia 17.