O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), líder do PT na Câmara dos Deputados, entregou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a proposta dos trabalhadores do setor pela reabertura da fábrica de fertilizantes do Paraná, localizada em Araucária, na Região metropolitana de Curitiba. “A fábrica fechada por Bolsonaro foi mais um erro apontado inclusive por quem estava no próprio governo anterior e pelo setor produtivo. O Brasil ficou refém dos fertilizantes importados da Rússia, o que traz incerteza aos produtores brasileiros em relação ao fornecimento e preços praticados”, disse.
Zeca Dirceu disse que saiu animado da conversa com o presidente da Petrobras e considera factível a retomada da produção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR). “Uma comissão da Petrobras já está estudando a reabertura da unidade no Paraná”.
A Araucária Nitrogenados , subsidiária da Petrobrás, deixou de operar em março de 2020 e foi colocada à venda. O processo foi suspenso no final de 2022. “O país que produz alimento para o mundo precisa de uma política mais consistente e mais barata de fornecimento deste insumo. A produção própria é defendida pelo setor produtivo, como a Federação da Agricultura do Paraná, e pelos trabalhadores da Petrobras”, disse o deputado.
Produção
Aproximadamente 85% dos fertilizantes usados no Brasil são comprados no mercado internacional, principalmente da Rússia, além de importar quase 75% dos fertilizantes nitrogenados necessários para atender a demanda interna, 90% de potássio e 24% de fosfato, assim como 98% de nitrato de amônio, os dois últimos do mercado russo, um dos maiores fornecedores do insumo.
De acordo com os representantes dos trabalhadores da Fafen-PR, a planta tem capacidade para produzir 30% da ureia e amônia usadas no País, além de 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32), que é um aditivo do diesel para reduzir emissões de gases poluentes por veículos de grande porte.
Segundo o sindicato do setor, o fertilizante nitrogenado poderia ser produzido pelos trabalhadores brasileiros, uma vez que há oferta de petróleo e gás. Há força de trabalho capacitada, mercado, experiências e uma empresa estatal que já desenvolveu essa produção.