Coisa estranha: a prefeitura lançou edital na última segunda-feira (7) para contratar corretora para administrar o seguro de vida dos cerca de 35 mil servidores municipais. Trata-se de bom negócio para quem ganhar a concorrência. O contrato, calcula-se, pode render faturamento para a empresa vencedora de cerca de R$ 2 milhões por mês.
Acontece que o prazo para apresentação de documentos e proposta termina no dia 14, segunda-feira que vem, o que, segundo gente do ramo, é absolutamente inviável, ainda mais se sabendo que, no meio do caminho, há um fim de semana. Na prática, o edital exige que todos os complexos procedimentos preparatórios se deem em apenas cinco dias!
A menos que “alguém” tenha tido acesso a informações privilegiadas e já esteja pronto para apresentar a proposta na data fatal.
Como professor aposentado da Pref. Mun de Curitiba, não vejo nada de estranho nas atitudes dos gestores da cidade. Foram raros, raríssimos os prefeitos que realmente tiveram alguma preocupação com os servidores. Não falo com a linguagem de sindicalista, mas sim, como alguém que procurou levar à sério seu trabalho e que continuamente assistiu às mais sórdidas negociatas, começando pela obrigatoriedade do seguro de vida. Não se discute se é bom ou não para o servidor, mas qualquer tipo de desconto deveria ser opção do próprio servidor. Em outras gestões, secretários do governo municipal foram agraciados com carro zero Km, pela seguradora escolhida à época. Ninguém é inocente em acreditar que essa prática não tenha sido aperfeiçoada. Só deixo uma pergunta: onde está a transparência?