A esperteza do “distritão”

Não dá para subestimar a esperteza dos velhos políticos: tudo indica que a reforma política adotará, sim, o “distritão” – sistema pelo qual ganham as eleições os deputados mais votados, pela ordem. Fica abolido o sistema proporcional.

É o que ficou assentado nesta quarta-feira à noite durante a reunião de uma das comissões que tratam da reforma politica na Câmara. O texto-base já foi aprovado, faltando apenas o voto em separado do item que institui o “distritão”, mas, apesar das discussões ainda não concluídas, a tendência é de que a proposta seja aprovada.

O que significa isto? Significa que os deputados que já exercem mandatos terão mais chances de ser mais votados do que os novatos que se apresentarem para disputar o pleito.

De certa forma, o “distritão” resolve algumas injustiças. Com o sistema proporcional, elegem mais deputados os partidos que fizerem maior quantidade de votos para a legenda. Assim, por exemplo, como Tiririca fez um milhão de votos, “carregou” com ele candidatos que fizeram apenas algumas dezenas ou centenas de votos. Em compensação, em outros partidos, candidatos muito bem votados acabaram derrotados.

O “distritão”, além de beneficiar os velhos parlamentares com a reeleição, pode lhes garantir também o conforto de manterem foro privilegiado.

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