“O governador Beto Richa lançou nesta sexta-feira (26) um projeto de revitalização e modernização da infra-estrutura urbana e da orla de Matinhos, no Litoral do Paraná. A primeira obra a ser realizada é a duplicação da avenida Juscelino Kubitschek, a principal via da cidade. Outra ação importante é a engorda da praia, além de diversas outras obras de proteção e combate à erosão marinha.”
É assim que começa a notícia postada no site oficial do governo estadual. Suprimidos os nomes e as datas, a notícia é praticamente a mesma que já se ouviu de 2007 a 2009 sob o governo de Roberto Requião; em 2010, durante a curta gestão de Orlando Pessuti; e em 2013, quando Beto Richa cumpria a primeira metade do primeiro mandato. Agora, em 2018, a “revitalização” de Matinhos e a “engorda” de suas praias voltam a ser anunciadas com pompa e circunstância.
Outra vez? Mais um projeto grandioso de fim de governo, oferta de fim de feira? Liquidação fajuta de uma extemporânea “black friday”? Isto cansa!
As obras são mais do que necessárias. Esta premissa é indiscutível e verdadeira. Mas são discutíveis e pouco críveis as intenções do novo e requentado anúncio, muito parecido com uma peça de puro marketing em ano eleitoral, com imagens e palavras grandiloquentes na medida certa para gerar falsas expectativas na cabeça dos incautos.
Assim como se diz ser necessária a Ponte de Guaratuba, prometida e projetada governo após governo. Chegou a figurar como artigo da Constituição Estadual de 1989 como obrigação do governo em construí-la. O ex-governador Alvaro Dias prometeu; seus sucessores Roberto Requião, Jaime Lerner e Pessuti também. Por que Beto Richa não faria o mesmo? Desde a mais remota era a ponte fica “pronta” e bonita apenas na prancheta dos arquitetos. Aliás, por ser mais modernos, nos programas de desenho dos seus computadores – como mostra aí a foto acima.
É melhor que cada um se mire no exemplo de São Tomé, o apóstolo que só acreditou na Ressurreição depois de apalpar as chagas no corpo de Cristo redivivo. Ver para crer.