Empresários se solidarizam com J. Malucelli

(por Ruth Bolognese) – Dentro daquela premissa que não se coloca um paralelepípedo no Brasil sem pagar propina – mesmo no pós Lava Jato – os empresários do Paraná estão se solidarizando com o maior empreiteiro do Paraná, Joel Malucelli. A J. Malucelli foi uma das empreiteiras flagradas na Operação Buona Fortuna, que investiga desvios de recursos na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Paraná. A mesma que revelou que o ex-ministro da Fazenda Delfim Neto recebeu R$ 15 milhões por suposta consultoria para as empreiteiras que ganharam a licitação.

Os empresários paranaenses que já se manifestaram apoio a Joel Malucelli em conversas reservadas ainda hesitam em falar publicamente sobre o assunto e externar a opinião no mínimo polêmica: não havia alternativa – ou se pagava um percentual para fazer parte da construção de uma das obras mais importantes do país, ou se ficava de fora. E uma empreiteira paranaense fazer parte do complexo Belo Monte foi bom para a economia do estado.

Existe no meio empresarial do estado a convicção de que o combate à corrupção deve ser efetivo e permanente. Mas quando levado até as últimas consequências e ao exagero, como colocar um dos maiores grupos paranaenses sob suspeita sem a conclusão das investigações, reverte contra o setor produtivo.

É o que pensam eles.

 

2 COMENTÁRIOS

  1. Divertido o apoio. Se Joel ou qualquer outro construtor tivesse denunciado o pedido de propina na primeira vez o Brasil não estaria na situação em que se encontra. Se comprovadas as propinas, o que é de não se duvidar, poderemos assegurar que temos empresários criminosos também no Paraná.

  2. É?
    Solidários com o empreiteiro da Operação Quadro Negro também?
    E quanto fica de dinheiro no Estado do Paraná para os 11 milhões de habitantes, menos o Joel?

    Na coluna do jornalista Carlos Brickmann:

    “Mensagem de um engenheiro aposentado, mas sempre observador: “Há muitos anos, um fato chama nossa atenção: as empreiteiras que vencem as licitações de obras do Governo Federal, seja qual for o Governo, não são as que executam o trabalho. Sempre as obras são tocadas por uma empresa terceirizada. Deve ser um negócio muito bom e lucrativo, pois há construtoras que nem entram nas licitações, mas se especializaram em executar as obras que outras empreiteiras conquistaram nas concorrências. Num levantamento informal que realizei no Rio Grande do Sul, em 90% dos casos era outra empreiteira executando a obra”.

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