Todas as pesquisas eleitorais divulgadas até pouco antes de a campanha se iniciar apontavam duas certezas: Roberto Requião (MDB) estaria reeleito para cumprir mais um mandato consecutivo no Senado; a outra vaga em disputa parecia solidamente reservada para o ex-governador Beto Richa (PSDB). A contagem dos votos de 7 de outubro, no entanto, mostraram outra realidade: Richa ficou entre os lanterninhas, com apenas 3,7% dos votos; e Requião, em 3.º lugar, desgastado politicamente em razão de suas relações de amor com as forças lulopetistas, foi suplantado por Flávio Arns (Rede).
Mas a maior surpresa foi protagonizada pelo professor Oriovisto Guimarães, empresário fundador do grupo educacional Positivo, que nunca antes havia se metido na política e em disputas eleitorais. No início da campanha, a opção dos eleitores não lhe dava índices superiores a um dígito.
Filiado ao Podemos, partido do presidenciável Alvaro Dias, Oriovisto estava em tese comprometido a integrar a chapa de Osmar Dias (PDT). Entretanto, as coisas mudaram quando se tornou claro que o Podemos não faria coligação com o PDT e que, pelo projeto presidencial de Alvaro, que esperava ser o mais votado no Paraná, seria preferível uma aliança com o PSD de Ratinho.
Osmar Dias se viu abandonado, renunciou à candidatura ao governo e Oriovisto foi, então, escolhido candidato único a senador na chapa de Ratinho. Os 20 dias finais da campanha foram de mudança radical no cenário: dia 11 de setembro, com a prisão de Beto Richa, seu aparente favoritismo foi jogado definitivamente ao chão; e Requião, colado ao presidenciável do PT, Fernando Haddad, naufragou ante à onda da direita que elegeu Jair Bolsonaro (PSL).
Deu-se, então, o que quase ninguém esperava: Oriovisto saltou para o primeiro lugar, seguido de Flávio Arns. Deixaram de fora Requião e Richa, os indiscutíveis favoritos na pré-campanha.
Que beleza – Requião fora de cargos.
Só faltam acabar com a aposentadoria dele como ex governador.
Cadê a Justiça?