Advogados curitibanos de delatores são denunciados pela Lava Jato por evasão de divisas

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro denunciou Dário Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros”, e outras três pessoas por evasão de divisas nas chamadas operações dólar-cabo. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os atos de evasão de divisas foram realizadas pelos advogados curitibanos Antônio Augusto Figueiredo Basto e Luiz Gustavo Flores, que são sócios e estão entre os denunciados.

Procurados, os dois advogados dizem desconhecer a denúncia, e a defesa de Messer ainda não se manifestou. Segundo a denúncia, os dois promoveram, de dezembro de 2008 a outubro de 2012, em co-autoria com o doleiro Marco Antônio Cursini, a saída de divisas para o exterior no valor total equivalente a US$ 2.528.212,55 (cerca de R$ 10,54 milhões pelo câmbio atual), sem autorização legal, por meio da realização de 32 operações conhecidas como dólar-cabo. Também houve operações ilegais em francos suíços e em euros, diz a denúncia.

Ao todo, segundo o MPF, são 35 atos de evasão de divisas, por meio de transferências bancárias, provenientes de diversas contas, de diferentes titularidades, para contas em banco no exterior, em nome de offshore ligada a contas sob controle de Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores. Em ao menos sete vezes dessas operações houve a participação de Dário Messer.

Além disso, entre 2016 a 2017, ocorreram operações inversas, em que Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores, em co-autoria com Marco Antônio Cursini, venderam dólares para contrapartes que enviaram ilegalmente divisas para o exterior. Tais operações são chamadas de dólar-cabo invertido. Ao todo, através de oito operações de dólar-cabo invertido, foi possível promover a saída ilegal para o exterior de divisas no equivalente a US$ 3.527.172,52 (valor correspondente a R$ 14,7 milhões, pelo câmbio atual). Dário Messer teria participado de, pelo menos, três dessas operações.

Na denúncia, Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores ainda são acusados de manter, por diversos anos seguidos, contas no exterior não declaradas às autoridades competentes. Procurados pelo UOL, os advogados Antonio Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores disseram que não conhecem a denúncia do MPF-RJ e, por isso, não vão se pronunciar. Basto e Flores são sócios e atuam, principalmente, em Curitiba. Foram responsáveis pela negociação de diversos acordos de delação premiada da Lava Jato. Já a defesa de Dário Messer ainda não se manifestou sobre a nova denúncia contra o doleiro. Messer está preso preventivamente desde o ano passado a pedido da Lava Jato do Rio. (Do UOL).

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