A 2.ª e a 7.ª Varas Federais Criminais do Rio de Janeiro homologaram acordo de delação premiada de Dario Messer – o doleiro dos doleiros -, réu de processos da Lava Jato por esquemas de lavagem de dinheiro e outros crimes.
O acordo, com escala inédita na Justiça brasileira, foi homologado nesta quarta-feira (12) a partir de delações conduzidas pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal.
Na avaliação da Força-tarefa Lava Jato/RJ, o acordo permitirá a coleta de provas para outras investigações em andamento e que podem implicar grandes empresas e pessoas físicas que se utilizavam dos serviços de Messer. Seus depoimentos foram juntados a vários processos decorrentes de três investigações sobre esquemas que teve o colaborador como figura-chave:
- “Câmbio, desligo”, sobre esquema de lavagem de dinheiro a partir do Uruguai e que movimentou mais de US$ 1,6 bilhão;
- “Marakata”, sobre transações de dólar-cabo para lavar dinheiro em contrabando de esmeraldas; e
- “Patrón”, sobre o braço no Paraguai da organização transnacional de lavagem de dinheiro liderada por Messer.
Pelo acordo, o colaborador deverá cumprir pena de até 18 anos e 9 meses de prisão, com progressão de regime prevista em lei (regime inicial é o fechado).
Outra cláusula previu a renúncia, em favor dos cofres públicos, de mais de 99% do seu patrimônio, estimado em cerca de R$ 1 bilhão.
Os bens incluem imóveis de alto padrão e valores no Brasil e no exterior, além de obras de arte e um patrimônio no Paraguai ligado a atividades agropecuárias e imobiliárias, que deverão fundamentar um pedido de cooperação com as autoridades paraguaias para sua partilha com o Brasil.